
Diretor critica carnaval de BH: "Muita música ruim, muito bloco ruim"
Apesar das ressalvas, Pedro Paulo Cava cita pontos positivos como a ocupação da Praça da Estação pelo público, pontapé para o sucesso da folia na capital
Mais lidas
compartilhe
SIGA NO

Desde menino, Pedro Paulo Cava curtia os dias do reinado de Momo. E da infância aos 21 anos, tempo em que morou no Centro da capital, um dos maiores nomes do teatro em Minas Gerais conta à coluna que acompanhava tudo com os pais. “Era um carnaval muito diferente. Os blocos eram os blocos caricatos. Não havia essa multidão de hoje”, recorda. Na adolescência, Pedro Paulo comandava blocos, que variavam de 10 a 20 integrantes, que circulavam pelos bailes do Minas Tênis Clube e do Clube Barroca. Tempos depois, o diretor de teatro criou escolas de samba em Itaúna e em Congonhas, agremiações com as quais foi premiado. “Hoje, para mim, carnaval virou uma loucura. Tem muita música ruim, muito bloco ruim, mas tem muita coisa boa também”, reconhece. Não só por sua história no carnaval, mas sobretudo pela comemoração dos 60 anos de carreira, Pedro Paulo será o homenageado da primeira edição do Baile das Artes, sábado (22/2), no Palácio das Artes. “Muito bom receber homenagem dos seus pares, de quem é de sua categoria profissional. Me emociono muito com a ideia de ser homenageado.”
• EXPOSIÇÃO DE FIGURINOS
Presidente do Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculo de Diversões no Estado de Minas Gerais, Magdalena Rodrigues, conta que a ideia do baile é valorizar e homenagear personalidades, grupos, atores e atrizes do teatro, da música, do cinema e do circo. “Pedro Paulo Cava tem uma carreira de constância. É um militante da arte e só pensa em dias melhores para todos nós”, define Magdalena, que mantém alguns detalhes da festa em segredo. Antecipa apenas as participações de ritmistas da Escola de Samba Unidos dos Guaranys e do Bloco Aflitos do Anchieta, e das madrinhas do Baile das Artes – Nany People, Walkiria La Roche e Kayete –, além da exposição com figurinos das peças “Na era do rádio”, “Estrela Dalva”, “Galileu Galilei”, “Mulheres de Holanda” e “Morte e vida Severina”, dirigidas por Pedro Paulo, que também prepara o lançamento do livro “O épico, o trágico e o cômico – Pedro Paulo Cava 60 anos de artes”.
• CARNAVAL COM VISUAL
Para quem quer curtir aquele visual do fim de tarde e cair na folia, Magda Carvalho recebe, quinta-feira (20/2), convidados para baile de máscaras no Mitra. “Encontro intimista, que deve reunir 200 pessoas”, observa a promotora do evento. Ela lembra ainda que os convites podem ser adquiridos com um dos 30 embaixadores do baile. Para animar a noite, o DJ Carlos Kroef e banda.
- Oscar 20025: confira as cenas de dança dos candidatos a Melhor Filme
- Dona Sônia cai no samba e faz sucesso na internet
• ELA MERECE
Mais um reconhecimento a Priscila Freire. Na sexta-feira (21/2), ela receberá a Medalha do Mérito Museológico, durante cerimônia do Conselho Regional de Museologia 2ª Região, às 18h30, no auditório do Museu Histórico Abílio Barreto, na Cidade Jardim. "Tenho para mim que o museu é um retrato vivo do país. Nele, vem descrevendo materialmente o sentido cultural, artístico e histórico em diversificadas manifestações, dependendo da tipologia de cada museu. Acredito na funcionalidade dos museus, mas como me disse Celso Furtado: 'No Brasil, há um abismo entre as instituições museológicas e o povo'. Estreitar esse caminho é seguir a trilha do conhecimento e da educação", disse ela, em depoimento à coluna, sobre a importância de receber a homenagem.
- Clara Castro lança nesta quarta vídeo ao vivo de "Perambule"
- Orquestra Petrobras Sinfônica toca trilha de rock e games em BH
• CORAÇÃO AQUECIDO
Priscila considera o museu mais ível que um livro aberto. "O museu nos conta, cada um com a sua especificação, através de objetos, a história do mundo e das gentes, quem somos, o que fazemos e, ainda quem sabe, o que nos espera. Tentei encurtar o caminho entre a população e os museus. Nunca ei pela experiência de um museu vazio sobre minha istração", comemora para, em seguida, fazer críticas ao que considera museus vazios à sua volta, sem exposições atraentes, sem publicações, sem projetos, sem cursos. "O que se espera? Que toda a experiência intelectual, cultural humana venha num telefonema? Os museus em Minas, infelizmente, não cumprem seu papel de disseminadores artísticos, históricos e culturais. Estão fechados às experiências do humanismo. Com 92 anos, esse prêmio é uma surpresa e o reconhecimento de um trabalho que nos aquece o coração.”
Siga nosso canal no WhatsApp e receba notícias relevantes para o seu dia
As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.