
Quadro furtado de Keith Haring ‘reaparece’ no filme sobre Ney Matogrosso
Americano pintou mural durante show do cantor no Festival de Montreux, em 1983. Obra que ressurge em ‘Homem com H’ foi roubada enquanto secava
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Superando os 500 mil ingressos vendidos e ainda em cartaz nos cinemas de Belo Horizonte, “Homem com H”, cinebiografia de Ney Matogrosso, é um sucesso. Um detalhe não a despercebido: no quarto de Ney (interpretado de forma irretocável por Jesuíta Barbosa), chama a atenção a tela de Keith Haring, artista norte-americano aclamado mundialmente, com dedicatória ao cantor brasileiro. O diretor do longa, Esmir Filho, contou à coluna que o mural foi pintado por Keith enquanto Ney cantava no palco do Festival de Montreux, em 1983, na Suíça.
“Eram dois artistas dialogando ali, no meio do festival”, disse. “O quadro ficou lá para secar. Quando foram buscar, no dia seguinte, tinham roubado. Ninguém sabe onde ele está. Simbolicamente, a gente devolveu o quadro para o Ney da ficção.”
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• DESAFIO
Caio Ronin já perdeu o número de obras que criou, mas reconhece que o de 12m de comprimento por 4m de altura do Botânico Shopping, no Belvedere, é seu projeto mais desafiador, pela escala e prazo de entrega. “Inaugurei duas exposições em menos de uma semana e tenho outros compromissos agendados. Tinha apenas uma semana livre para realizar o , então propus à produção do shopping o prazo de cinco dias. Foi apertado, principalmente considerando o tamanho, mas consegui cumprir”, diz ele, que iniciou o trabalho em 26 de maio e encerrou na sexta-feira ada (30/5). A abertura do shopping está prevista para o fim deste mês.
• FAMÍLIA
O de Ronin mostra uma família próxima ao guarda-corpo, contemplando a Serra do Curral.
“A ideia surgiu a partir da reunião com a Ana Carolina, proprietária do Botânico, o Marques Esteves, curador de arte, e a Ana Cristina, gerente de Marketing. Durante a conversa, surgiram palavras-chave que sintetizam o espírito do Botânico: afeto, acolhimento, respiro, desacelerar e integração com a natureza, temas que já dialogam com a minha produção”, conta o artista. “A imagem da família veio como representação visual forte de afeto e acolhimento. A ideia de contemplação se conecta com a necessidade de desacelerar, de observar com calma. Para reforçar a identidade regional, escolhi a Serra do Curral como cenário, símbolo marcante para os belo-horizontinos”, explica.
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• CRIA DE FAVELA
Para Caio Ronin, a obra carrega um significado profundo. “Estamos vivendo tempos em que as tentativas de silenciar, reprimir e impedir a ascensão de quem vem da periferia estão cada vez mais escancaradas. Por isso, a importância desse projeto vai muito além da imagem pintada na parede. Ela começa, na verdade, pelo simples fato de ter sido realizada pelas minhas mãos. Sou cria de favela e agradeço muito por isso. Ter ultraado todas as barreiras sociais para realizar um dessa dimensão, no corredor principal de um shopping de luxo, feito especialmente para a sua inauguração, contraria todas as estatísticas”, afirma.
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• LEVEZA
De acordo com o artista, o “é uma resposta elegante a quem ainda insiste em manter visões preconceituosas e limitadas”. Mais que isso, aponta Ronin, “é a prova viva para quem vem de onde eu vim de que é possível. Não cheguei até aqui por sobrenome, por herança. Foi pela competência, pelo meu trabalho, que fala por mim.” Caio afirma que seguirá rompendo obstáculos, sejam sociais, financeiros ou geográficos, como tantos outros artistas da favela vêm fazendo, seja na pintura, música, cinema, teatro ou literatura. “Este mural é sobre poética, leveza, mas também sobre representatividade, afirmação e potência”, resume.
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• BURGUER & VINHO
Afinal, hambúrguer combina com vinho? O Cabernet Butiquim e a Nimbos, eleita a melhor hamburgueria do Brasil, não têm dúvida de que a combinação é ótima. Para provar, nesta terça-feira (3/6), o bar de vinhos e a hamburgueria promovem o evento “Burguer e vinho” para celebrar também a amizade de longa data entre os sócios das duas casas. A noite terá menu exclusivo criado a quatro mãos por Jana Barrozo, chef do Cabernet, e Luli Moreira, do Nimbos, com três hambúrgueres, dois petiscos (incluindo opção vegana) e seleção especial de vinhos escolhidos pelo sommelier Pablo Teixeira.
As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.