
Ah, o futebol. Quem é apaixonado pelo esporte nunca o abandona…
"Pois é, quando se tem uma paixão por um esporte, principalmente quando este faz parte da educação, não se pode abandoná-la"
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De repente, a oportunidade de conhecer um lugar novo nas férias. E lá vamos nós, para Pouso Alegre, no Sul de Minas, onde está morando um grande amigo. Mudou-se para lá há 20 anos. Desde então, nunca tinha ido visitá-lo. Ele vinha constantemente a BH, mas por quê eu nunca tinha ido lá?
Isso agora não importa. Mas sim o reencontro. Lembrar os velhos tempos. Do futebol, um companheiro desde o primeiro time do colégio, na sala, depois na seleção da escola – Colégio Arnaldo, como sempre.
E são muitas histórias a recordar. E como lembramos de façanhas nossas, nos campos, nas quadras de futebol de salão – hoje futsal.
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Mas uma curiosidade começou a bater na minha cabeça, uma curiosidade que a todo instante vinha à tona no meio das conversas.
É que ele é atleticano, daqueles que não perdia jogo do Galo em hipótese alguma. No Colégio, tinha a turma de atleticanos, que incluía um regente, o Jararaca, que é como o chamávamos, e nosso vice-diretor. Aliás, este último, era quem o levava a todos os jogos, em sua Kombi verde.
Tinha o grupo de cruzeirenses, que eram levados pelos pais de colegas, na verdade amigos. Mais tarde, um deles tirou carteira e comprou uma Variant. Era nela que uma parte da turma ia para os jogos.
Também o grupo de americanos, que, aliás, era maior que os de cruzeirenses e atleticanos.
A minha curiosidade: como ele estava fazendo com a sua paixão pelo futebol? Sim, como, já que estava morando longe. Resolvi perguntar e ele me respondeu que nunca tinha deixado de acompanhar seu time do coração. O fazia pela televisão.
Também pelos noticiários, de sites. Um deles, o No Ataque/Estado de Minas, é claro.
Mas me contou, também, uma decepção que seu filho sofrera ainda menor de idade. Contou que o filho lhe disse que não iria mais ao estádio, isso por conta de uma torcida organizada que entrava no estádio e fazia uma espécie de arrastão. Avisando que estavam chegando, e pior, que eram donos do pedaço.
“Pai, não vou mais, parece que vão roubar todo mundo, se é que não fazem isso, mas eu vou a campo para torcer pro Galo, para ver o jogo. Não quero mais ar por isso”, contou o filho.
Bom, eles estavam longe de BH e do estádio. A partir daí, só por televisão.
Mas isso é pouco para quem sempre foi apaixonado pelo futebol e viveu isso em campo, jogando nas divisões de base, no colégio, com amigos, que estão juntos até hoje, pois compraram uma mesa de sinuca e jogam duas vezes por semana.
Ele lamenta estar longe e não participar disso. Sinuca pra essa turma é símbolo de uma época, pois existia uma agremiação dentro da escola, a Cruzada Eucarística, em que eles jogavam sinuca, totó e tênis de mesa, que chamavam de ping-pong.
Mas como ele supria a necessidade de estar num campo de futebol? Estava longe da casa de seu time. Ele ia a todos os jogos.
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Foi então que me contou a grande novidade. Fez amigos na nova cidade. Muitos, e conheceu um novo time, uma nova paixão: o Pouso Alegre Futebol Clube, que é chamado na terra, carinhosamente, de “Pousão”.
“Quando o Pousão subiu para a Primeira Divisão do futebol mineiro, a gente ou a ir em todos os jogos. E a consequência disso, é que agora está no Campeonato Brasileiro. Está na Série D, mas a gente acredita que vai subir. Estamos torcendo”, diz ele.
Pois é, quando se tem uma paixão por um esporte, principalmente quando este faz parte da educação, não se pode abandoná-la. O outrora atleticano – verdade que não deixou de ser – tem agora uma segunda paixão e voltou à rotina, de estar no campo, torcendo, em todos os jogos.
As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.