Jaeci Carvalho
Jaeci Carvalho

O futebol é um mundo falso e gosta de dirigentes que não falam a verdade

A verdade é uma só: vivemos um mundo hipócrita, onde falar a verdade incomoda muita gente

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Trabalho com o futebol há 45 anos e conheci alguns dirigentes que olhavam nos olhos, falavam na cara e não tinham papas na língua. Alexandre Kalil, Elias Kalil, Márcio Braga, Mario Petraglia, Fábio Koff eram raridades, do tipo que eu gosto, do jeito que precisa ser. adas várias décadas, o Cruzeiro, que quase sucumbiu na crise de 2019, tem um dono que olha nos olhos, fala na cara e não tem papas na língua. Pedro Lourenço é assim, gosta de coisas transparentes, e ao mesmo tempo que dá afago aos atletas cobra também. Já vimos ele abraçando jogadores, brincando, publicamente, e ninguém nunca o criticou por isso. Mas basta ele vir a público, falar a verdade sobre um ou outro atleta e o mundo desaba. Criam uma crise no Cruzeiro, sem precedentes. Quando, no Parque do Sabiá, perguntado pelos torcedores sobre o caso Dudu, ele fez sinal com a mão de que o jogador estaria fora do jogo ou talvez do clube. O que há demais nisso, dono não pode conversar com o torcedor e expor seu pensamento? Ah, tem gente que acha que ele deveria privilegiar órgão de imprensa A ou B, para que a notícia fosse exclusiva, só pode ser isso!

A mim não incomodou em nada ouvir o presidente dizer que algumas das contratações foram malfeitas. Ele falou o que 14 milhões da China Azul já sabiam, e toda a imprensa também. Dirão os pudicos: “as questões de um clube devem ser tratadas internamente e não publicamente”. Isso para dirigentes como Augusto Melo, do Corinthians, que deverá sofrer impeachment porque esconde, segundo denúncias, as falcatruas, como aquela do patrocínio da casa de apostas. Para Pedro Lourenço não, ele não tem o que esconder. É transparente, é quem paga e põe o dinheiro no seu clube. Garanto que ele tem o apoio gigantesco de sua torcida, pois tem essa forma aberta de conduzir as coisas.

Não vi o “mundo desabar” quando o Atlético tomou de 6 do Corinthians, e o então homem-forte do futebol, Alexandre Kalil, disse que o “time borrou nas calças”. Não vi nem metade das críticas que estão fazendo agora a Pedro Lourenço. Será que o motivo é ele ser presidente e dono do Cruzeiro e não do rival? Eu torço para que tenhamos mais presidentes como Pedro Lourenço, como Leila Pereira, que é outra pessoa que fala na cara, que pergunta “se os torcedores estão calminhos”, Luiz Eduardo Batista, do Flamengo, John Textor. Não são muitos, mas eles estão aí. Há 4 décadas e meia no futebol, cansei de conviver com dirigentes que jogam a sujeira para debaixo do tapete. Talvez alguns da imprensa gostem disso, não é o meu caso. Por quê o torcedor não pode ouvir a opinião do dono do clube? Por quê os jogadores não podem saber, publicamente, que o dono não está satisfeito com alguns? Questões internas entendo que são os valores salariais, mas a imprensa sempre quer saber quanto o jogador ganha, e quando o dirigente fala, publicamente, ninguém mete o pau.

A verdade é uma só: vivemos um mundo hipócrita, onde falar a verdade incomoda muita gente. O Cruzeiro de hoje é transparente, e Pedro Lourenço fez questão de destacar isso, desde o primeiro dia de sua gestão. Abriu o clube para a imprensa, coisa que nenhum outro fazia no Brasil, conversa de igual para igual com jornalistas e torcedores, e fala aquilo que sente. Assim como ele recebeu os contratados, no Mineirão, em festa elogiada por todos nós, qual o motivo de ele não falar, publicamente, sobre aqueles que chegaram e não deram certo. E a verdade é uma só: Pedro Lourenço não mentiu e falou aquilo que todos sabemos, desde julho, quando os reforços começaram a chegar: alguns foram contratados de forma equivocada, outros não respeitaram hierarquia e outros, ídolos, como Gabigol, se esforçam para voltar ao time, ajudando aos companheiros e sendo um cara ótimo de grupo. Que as laranjas podres sejam retiradas para que o ambiente sadio, saudável e transparente prevaleça. Fale sim, Pedrinho, quantas vezes quiser, pois o que o mundo, e, principalmente, o futebol brasileiro, mais precisam é de gente que fale o que pensa, de forma transparente e verdadeira. Quem não gostar, que continue puxando o saco de clubes que jogam a sujeira para debaixo do tapete. Por mais Pedro Lourenço, Leila Pereira, Luiz Eduardo Batista (BAP) no futebol brasileiro.

 

As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.

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