Francisco Iglesias
Francisco Iglesias
Fundador da Startup Juventude Reversa | Empreendedor Social | Artista Visual | Engenheiro na Área de Telecom
JUVENTUDE REVERSA

Se o Papa pode, por que as empresas ainda ignoram líderes idosos?

Conclave que elegerá novo Papa revela um paradoxo: enquanto o Vaticano valoriza líderes experientes, empresas ainda descartam a sabedoria dos 60+

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O mundo católico está em como de espera. Este texto foi escrito pouco antes do início do conclave — a eleição secreta que escolherá o próximo papa após a morte do Papa Francisco. Realizado na Capela Sistina, no Vaticano, o conclave reúne 133 cardeais com menos de 80 anos, os únicos com direito a voto. Eles vêm de todos os continentes: Europa (53), América do Norte (18), América do Sul (15), África (17), Ásia (25) e Oceania (5). A idade média dos eleitores gira em torno de 69,8 anos. A escolha do novo Papa, portanto, está nas mãos de um grupo altamente experiente, representativo globalmente — e majoritariamente grisalho.

Se as estatísticas se confirmarem, o próximo Papa já é um idoso e, provavelmente, permanecerá nesse cargo vitalício por muitos anos. Assim como seus predecessores, ele enfrentará crises políticas, tecnológicas, ambientais e sociais que demandam agilidade mental — algo que não depende necessariamente da juventude biológica. O pontificado, nesse sentido, destaca-se como um dos poucos cargos de liderança no mundo contemporâneo em que a velhice não representa um obstáculo, mas sim uma credencial legítima.

 

As responsabilidades do Papa exigem uma longevidade incomum no mundo atual: chefe de Estado, líder espiritual, diplomata global, porta-voz da ética. O Papa não apenas guia espiritualmente mais de 1 bilhão de pessoas, como também é responsável por nomear cardeais, estabelecer diálogos inter-religiosos, atuar como mediador de paz e influenciar políticas sociais. Em tempos em que o mercado corporativo descarta talentos aos 60 anos, é curioso — e simbólico — que a maior autoridade religiosa do planeta concentre tanto poder após os 70. A longevidade, no Vaticano, é parte da estratégia, não um obstáculo.

É inevitável a comparação: no Brasil, muitas empresas guiadas por valores católicos — ao menos no discurso — seguem desconsiderando pessoas 60+ em cargos estratégicos (apenas 9% dos executivos no país têm mais de 60 anos, segundo o IBGE). Enquanto CEOs trocam de posto a cada 5 anos, o Papa lembra que certas missões demandam tempo – e que envelhecer, em vez de ser tabu, pode ser a chave para transformações profundas.

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Em processos seletivos, marketing ou cultura organizacional, a juventude continua sendo moeda de prestígio. O curioso é que, para sua fé, o comando supremo está nas mãos de alguém que representa justamente o oposto: a sabedoria de uma vida longa. Se o Papa é exemplo, por que o mundo corporativo ainda resiste à liderança grisalha?

As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.

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