MÚSICA

Fabiana Cozza traz a BH o show "Dos Santos"

Espetáculo que homenageia entidades do candomblé e da umbanda contará com a participação da Guarda do Congo Irmandade do Rosário, neste sábado (8/3) e domingo 

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Tudo começou num rito de búzios, em 2013, quando a cantora paulista Fabiana Cozza recebeu a revelação de que deveria fazer uma homenagem às entidades do candomblé, umbanda e jurema sagrada. Na época, ela finalizava o disco “Canto sagrado – Uma homenagem à Clara” – em tributo a Clara Nunes (1942-1983) – e tinha foco total na releitura do repertório da sambista de Caetanópolis (MG).


Foi só em 2019 que aquela revelação começou a ganhar forma. Fabiana Cozza convidou uma série de músicos – entre eles os mineiros Sérgio Pererê e Ceumar – para dedicarem músicas a algum orixá. O resultado foi o disco “Dos Santos” (2020), que, em 19 faixas na voz da cantora, presta as devidas homenagens a Ogum, Ossain, Oxum, Iemanjá, entre outras entidades.


“Dos Santos” é um nome sugestivo para um disco intimista, despretensioso em harmonias e letras sobre personagens virtuosos e imaculados. O termo “Dos Santos” não só funciona como genitivo como faz parte do nome de registro da artista – Fabiana Cozza dos Santos.


Tambores

Não são os instrumentos harmônicos ou melódicos que conduzem as canções, e sim os batuques dos tambores. Eles, segundo a cantora, estabelecem “uma ética da comunicação, do pensamento negro e da alteridade”. “Um tambor nunca fala sozinho. É sempre endereçado à voz de outro tambor ou à voz humana. E são eles que evocam o sagrado”, afirma.


A atmosfera sagrada do disco faz de “Dos Santos” uma espécie de oração. Um culto aos anteados. E é essa a essência que a cantora quer ar no show homônimo que traz à capital mineira neste sábado (8/3) e domingo, no Teatro do Centro Cultural Unimed-BH Minas.


Grande reza

“Vai ser uma grande reza”, adianta a artista. “Poucas pessoas sabem disso, mas uma das definições de samba em kimbundu é orar. Então, o que eu vou fazer nada mais é que levar essa oração para cima do palco.”


A ausência de elementos cênicos faz o público se concentrar nas mensagens das canções, e as luzes ajudam a criar a atmosfera sensorial do espetáculo. Em cena, estarão apenas Fabiana Cozza, a banda que a acompanha, uma bacia de água e um patangome (instrumento de percussão típico de festas como reinado e o congado).


Os dois shows contarão com a participação da Guarda do Congo Irmandade do Rosário, também conhecida como Os Ciríacos, de Contagem. Em momento raro, eles vão se apresentar sem o batuque dos tambores. Vão apenas cantar.


“Existe um preceito religioso que os impede de tocar na quaresma”, explica a cantora. “Fui pessoalmente conversar com o capitão da guarda e explicar o contexto desse show. Pedi que eles particiem nem que fosse apenas cantando”, conta.


“Dos Santos” já ou por São Paulo e pelo Rio de Janeiro. Depois de BH, seguirá para Recife, cidade em que a artista faz questão de se apresentar.


“Minha casa, minha mãe (de santo) e meus irmãos (de santo) são de Recife. Eles já fizeram tanto por mim, rezaram comigo, torceram para que esse trabalho desse certo e não chegaram a ver o espetáculo. Por isso lá é um lugar que eu não abro mão”, diz.


“DOS SANTOS”
Show de Fabiana Cozza com participação da Guarda do Congo Irmandade do Rosário. Neste sábado (8/3), às 20h; e domingo, às 19h. No Teatro do Centro Cultural Unimed-BH Minas (Rua da Bahia, 2.244, Lourdes). Ingressos à venda por R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia), na bilheteria e pelo site Sympla. Mais informações: (31) 3516-1360.a

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