Comediante Rodrigo Rodrigues convida o público a surtar com ele
Monólogo 'Rir para não surtar' chega depois do sucesso 'Cariocaos' e fica em cartaz nesta sexta e sábado (11 e 12/4), no Teatro de Bolso Sesiminas
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Siga noApresentando-se pela primeira vez em Belo Horizonte, Rodrigo Rodrigues brinca com as loucuras do mundo de hoje no espetáculo “Rir pra não surtar”, que estará em cartaz nesta sexta-feira e sábado (11/4 e 12/4), no Teatro de Bolso Sesiminas.
Autor do texto da comédia dirigida por Fábio Santini, Rodrigues criou os personagens observando as pessoas no Rio de Janeiro e também com base em histórias que ouviu ou presenciou.
“Há muita identificação por parte da plateia, o que é legal. A peça faz a pessoa rir, mas também refletir sobre o que ela tem feito da vida, com essa correria, a questão de ter que dar conta de tudo e de querer chegar ao topo”, diz.
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No final do espetáculo, fica a seguinte questão: se o relógio parasse agora, você seria uma pessoa realizada ou frustrada.? “A surpresa da pergunta leva a plateia à reflexão”, adianta o autor.
O monólogo conta com as vozes de Rafael Portugal e Thati Lopes (do coletivo de humor Porta dos Fundos) e de Rodrigo Fagundes. “Eles interagem comigo por áudio na costura das cenas”, explica Rodrigues, que faz vários personagens.
“Troco de roupa muitas vezes. Começo com a camisa de força e depois vêm a professora, a mentora de yoga, a coach que dá conselhos não muito certos e a dona de casa que tem de cuidar dos filhos Clô, de Clonazepam, e Rivo, de Rivotril”, afirma, referindo-se aos dois medicamentos contra pânico, ansiedade e fobia social, entre outros males modernos.
Rodrigo Rodrigues se diz realizado em fazer o espetáculo não só como ator e autor, mas como produtor. Tem 33 anos e trabalha com teatro desde os 15.
“Decidi produzir porque é um desafio fazer peça independente, sem patrocínio”, explica. “Você se produzir é se colocar aonde quer chegar e, mais do que isso, impactar a vida das pessoas.”
Paulo Gustavo é a grande referência desse ator, autor e produtor. “Cheguei a conhecê-lo, ele ainda é uma inspiração para mim. A Heloísa Pérrissé também.”
Humor é coisa séria, acredita Rodrigo. “A comédia sempre foi colocada em um lugar meio de segundo plano, mas é algo de que precisamos tanto”, afirma. “É tão difícil fazer as pessoas rirem, principalmente rirem com qualidade. Não é rir por rir, o que também é válido, mas quando há mensagem e reflexão, acho mais lindo ainda.”
A primeira montagem autoral de Rodrigo Rodrigues foi “Cariocaos”, logo depois da pandemia de COVID-19. Coletivo de cinco atores encenou a comédia. “O espetáculo chegou a bater 50 mil espectadores em menos de dois anos. Vendi meu carro e uma TV para fazer a peça”, revela.
Após “Cariocaos”, ele escreveu “Rir para não surtar”. “A pandemia fez isso com a gente. Veio o novo espetáculo, que coloca uma lente de aumento nas crises existenciais”, diz, referindo à busca obsessiva “por ser bom filho, bom marido, ter bom emprego, ter relacionamento bem-sucedido, além de ter de pagar os boletos e da busca por um corpo ideal.”
Médica do SUS
Rodrigo já está escrevendo “Cariocaos II”, sob a influência do espetáculo atualmente em cartaz. “'Rir para não surtar' está me trazendo amadurecimento como artista”, reconhece.
“É uma sequência de esquetes sem princípio, meio e fim. Acabei de escrever uma cena agora mesmo, a da médica do SUS, e já estou pensando em como colocá-la (no palco). No início, a peça iria se chamar 'Rir para não chorar', porém acho que o chorar já ou. Estamos surtando mesmo”, conclui.
“RIR PRA NÃO SURTAR”
Texto e atuação: Rodrigo Rodrigues. Direção: Fábio Santini. Nesta sexta-feira (11/4), às 20h; sábado (12/4), às 19h, no Teatro de Bolso Sesiminas (Rua Padre Marinho, 60, Santa Efigênia). Ingressos: R$ 70 (inteira) e R$ 35 (meia-entrada), à venda na plataforma Sympla e na bilheteria da casa. Informações: (31) 3241-7168.