Neste Ano Cultural Brasil-França, a Galeria Ricardo Fernandes, sediada em Paris, inaugura projeto de  residência artística contemplando o mineiro Antônio Sérgio Moreira, cujo trabalho se volta para a relação da diáspora africana com a cultura brasileira.

Com dois meses e meio, o programa inclui desenvolvimento de ateliê, oficinas e exposição final no Marché Dauphine, em Saint-Ouen, nos arredores da capital sa. A residência teve início em 15 de maio e vai até 31 de julho. 

O galerista e curador Ricardo Fernandes conta que a iniciativa surgiu da necessidade de dar oportunidade a brasileiros no mercado internacional das artes visuais.

“Essa oportunidade a pela experiência local, com a convivência do artista, além da possibilidade de fazer trabalho específico no local para que seja visitado por instituições e curadores”, informa.

 No projeto "Afro-ressonâncias na arte contemporânea", o mineiro Antônio Sérgio Moreira tem o Brasil e a diáspora africana como protagonistas. Antônio soma cerca de 50 anos em pesquisas e trabalho centrados nessa temática. Sua primeira exposição ocorreu em 1982.

“Nós desenvolvemos uma relação muito importante e muito saudável em relação à pesquisa dele. É um artista que vem crescendo muito em termos de reconhecimento internacional”, conta Ricardo Fernandes.

O conceito de afro-ressonância parte de reverberações históricas e culturais geradas pela diáspora africana. “Ressonância é uma palavra muito interessante. Ela traz a imagem de ondas, de algo que vem e vai, pensamos em influências", diz o galerista.

A ideia é discutir arte contemporânea do ponto de vista africano e, portanto, do ponto de vista diaspórico, explica Ricardo Fernandes.

Localizada em Saint-Ouen, cidade da periferia norte da capital sa comparada por Ricardo à “Contagem parisiense”, a residência conta com o apoio da prefeitura local, da Embaixada do Brasil na França, do Ministério da Cultura e dos parceiros African Art Center e Cufa Paris. 

Em 2010, Antônio Sérgio Moreira apresentou exposição individual em Paris. Desde então, vem mostrando seu trabalho em Londres e Bruxelas, entre outras cidades, com obras presentes em coleções da Biblioteca Nacional da França e de instituições privadas europeias.

A Galeria Ricardo Fernandes planeja a segunda residência. “Pretendemos deixar essa porta de diálogo e oportunidade aberta, principalmente aos artistas brasileiros”, conclui Ricardo Fernandes.

* Estagiária sob supervisão da editora-assistente Ângela Faria

 
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