O salário mínimo no Brasil é um dos pilares fundamentais da economia e do bem-estar social. Estabelecido pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), ele define a remuneração mínima para trabalhadores em uma jornada de 44 horas semanais. Além de influenciar diretamente os trabalhadores, o salário mínimo serve como referência para o reajuste de salários no setor público, aposentadorias e benefícios sociais, como o Bolsa Família.
O valor do salário mínimo é revisado anualmente, considerando fatores econômicos como a inflação e o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Em 2025, o salário mínimo foi fixado em R$ 1.518,00, refletindo a política de valorização que busca compensar as perdas inflacionárias e promover um aumento real no poder de compra dos trabalhadores.
Como são calculados os descontos no salário mínimo?
Os trabalhadores que recebem o salário mínimo estão isentos do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF), mas devem contribuir com 7,5% para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Isso resulta em um desconto de R$ 113,85, levando o salário líquido a R$ 1.404,15, caso não haja outros descontos.
Para aqueles que ganham acima do salário mínimo, os descontos podem incluir até 14% para o INSS e até 27,5% para o IR, dependendo da faixa salarial. Além disso, podem ser aplicados descontos adicionais, como vale-transporte, faltas, empréstimos consignados, e contribuições sindicais, entre outros.
Quais fatores influenciam o reajuste do salário mínimo?
O reajuste do salário mínimo é determinado pela soma da inflação do ano anterior, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), e o crescimento do PIB de dois anos antes, limitado a 2,5%. Essa política visa garantir que o salário mínimo mantenha seu poder de compra e, quando possível, ofereça um aumento real.
O reajuste deve ser registrado no Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial) pelo empregador. Esse processo é essencial para assegurar que os trabalhadores recebam o valor atualizado corretamente.
Qual é o salário mínimo ideal para viver no Brasil?

De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o salário mínimo ideal em 2024 representou apenas 20,85% do necessário para cobrir as despesas básicas de uma família brasileira. Esse cálculo considera custos com moradia, alimentação, saúde, educação, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social.
Embora o salário mínimo atual não atenda plenamente essas necessidades, o aumento significativo poderia impactar negativamente a economia, aumentando a informalidade e pressionando as finanças públicas. Portanto, um equilíbrio macroeconômico é crucial para considerar aumentos mais expressivos no futuro.
Salário mínimo regional, uma alternativa viável?
A Lei Complementar nº 103 permite que estados brasileiros estabeleçam um salário mínimo regional, beneficiando categorias sem piso salarial definido por lei federal. Atualmente, cinco estados adotam essa prática, ajustando o valor conforme o custo de vida e a produtividade local.
Por exemplo, o salário mínimo no Paraná é um dos mais altos do país, dividido em faixas que variam de R$ 1.856,94 a R$ 2.134,88. Essa regionalização permite uma adequação mais precisa às condições econômicas locais, promovendo um equilíbrio entre custo de vida e remuneração.