Milhares de trabalhadores brasileiros ignoram um dos mais importantes prazos da CLT: a prescrição trabalhista. Esse conceito é a linha que separa o direito de cobrar benefícios do silêncio eterno na Justiça. Se você foi demitido e não correu atrás dos seus direitos, pode estar perdendo dinheiro referente ao salário que jamais voltará. E o prazo começa a contar no mesmo dia em que você sai da empresa.
O prazo cruel que pode jogar fora até 5 anos de salário
A lei é clara e definitiva. Após sair de um emprego, o trabalhador tem até dois anos para entrar com ação judicial, regra chamada de prescrição bienal. Porém, mesmo respeitando esse tempo, só é possível cobrar os últimos cinco anos de vínculo, conforme a chamada prescrição quinquenal. Ou seja: se você trabalhou 10 anos, pode perder metade do que tem direito se não agir rápido.
Processos parados também podem ser encerrados de vez
Poucos sabem, mas existe um terceiro prazo: a prescrição intercorrente. Ela se aplica quando um processo já iniciado fica parado por mais de dois anos por falta de movimentação. Mesmo que o trabalhador tenha entrado com a ação dentro do prazo, o descuido pode enterrar o processo de forma definitiva. Entrar na Justiça não é suficiente — é preciso acompanhar cada etapa de perto.

As empresas ganham segurança, mas devem se preparar
Para o empregador, a prescrição trabalhista representa um alívio contra surpresas jurídicas no futuro. Ao limitar os prazos, a lei oferece segurança e previsibilidade. Empresas organizadas mantêm registros atualizados, contratam orientação jurídica e evitam armadilhas que podem custar caro. A prevenção é o melhor remédio — e o único caminho para evitar litígios inesperados.
Conhecer a lei é o único escudo contra a perda de direitos
A prescrição trabalhista é uma arma poderosa, mas pode virar contra o trabalhador desinformado. Notou um erro na rescisão? Reúna documentos, anote datas e procure orientação especializada imediatamente. Quanto antes agir, maior a chance de recuperar valores devidos. Já para os empregadores, conhecer essas regras é o que separa a paz judicial de um processo milionário. No mundo do trabalho, quem não conhece a lei, paga o preço — ou deixa de receber o que é seu por direito.