
BH: pichação de novos bancos da Sapucaí divide opiniões e gera polêmica
Há quem considere o 'pixo' uma forma de expressão, outros acreditam que a prática deixa a cidade mais feia
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Siga noAlguns dos novos bancos de alvenaria com granito da Rua Sapucaí, localizados entre a Avenida Assis Chateaubriand e a Rua Tabaiares, foram pichados. A prática divide opiniões dos frequentadores, funcionários e empreendedores da via na Região Centro-Sul da capital mineira.
Entre os cerca de dez bancos instalados, um está expressivamente pichado com tinta verde na lateral. Em alguns outros há registros menores com o que aparenta ser caneta preta. A pichação contrasta com os bancos novos, mas mescla com o cenário da icônica rua, que tem pichação e graffiti por todos os lados.
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Aline Souza, de 28 anos e profissional de T.I, costuma frequentar a Sapucaí e considera que as pichações nos bancos agregam à paisagem da via. “É uma forma de expressão”, diz. Ryan Nascimento, de 29, mora em um prédio na rua e pensa da mesma maneira. Ele acredita que é uma forma das pessoas que ocupam o espaço mostrarem que estavam ali. Além disso, “quem vem aqui já espera isso”, afirma Ryan.
Júnior Souza, de 42 anos e proprietário de um bar na via, diz que a pichação nos bancos não o incomoda e “é o menor dos problemas”. Para ele, a falta de policiamento no local e o estabelecimento de horário limite para funcionamento dos bares são as questões relevantes na Sapucaí.
Alfredo Lanna, empresário e sócio em alguns estabelecimentos na via, também acredita que há outras questões mais relevantes, como “segurança pública, conforto ambiental e políticas públicas de acolhimento de pessoas em situação de rua”. Ele também considera impossível desvincular a pichação de movimentos importantes para a capital mineira, como o Circuito de Arte Urbana (Cura), “visto que grande parte destes artistas [do Cura] começaram de alguma forma ali, no pixo”.
“O pixo está ali como já está em todas as cidades, da rua às galerias de arte e grifes importadas. A Sapucaí continuará linda só de termos milhares de pessoas ando e frequentando semanalmente”, conclui Alfredo.
Desaprovação
Por outro lado, há quem desaprove a pichação nos novos bancos e defende que o visual da Sapucaí é comprometido. “Acho muito triste. Falta de respeito”, diz Daura Maria, de 60 anos. Ela trabalha em um comércio na via e acredita que, especialmente pelos bancos terem sido recém inaugurados, a situação é ainda mais lamentável. “Fica feio. Interfere no ambiente e desvaloriza”, conclui.
Os amigos Guilherme Costa, de 18 anos, Angelina Mendes, 18, Pedro Henrique Ramos, 19, e Brenda Costa, 19, também desaprovam o pixo e consideram destruição. Eles destacam que a prática é crime. No entanto, Pedro ressalta que não há o que fazer para evitar a pichação, os amigos concordam.
A Prefeitura de Belo Horizonte informou que está ciente da ocorrência e que a Superintendência de Limpeza Urbana fará uma vistoria no local e vai providenciar a remoção das pichações.
Revitalização da Sapucaí
O projeto de revitalização da Rua Sapucaí prevê a construção de uma área gramada, com arborização e paisagismo para valorizar e potencializar as características urbanas e culturais da via. O corredor ainda irá ganhar uma reforma nos balaústres, novos bancos, banheiros públicos, balanços e uma arquibancada mirante para enaltecer a vista para o Centro da cidade e para os murais do Projeto Cura. Ao todo, as intervenções irão custar R$ 4,6 milhões aos cofres públicos, provenientes dos Recursos Ordinários do Tesouro (ROT).
Finalizadas as intervenções, a Rua Sapucaí será convertida em um boulevard — trecho sem carros, voltado a lazer, diversão e gastronomia, a exemplo do quarteirão fechado da Praça da Savassi, na Região Centro-Sul de BH.
*Estagiária sob supervisão do subeditor...