Madrasta de menina que levou cocaína para escola no Sul de Minas é presa
Mulher desacatou policiais durante cumprimento de mandado de busca e apreensão; pai da criança segue foragido.
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Siga noA madrasta da menina de quatro anos, que levou cocaína para a escola acreditando ser doce, foi presa nesta sexta-feira (28/3), no Sul de Minas. A mulher, de 20 anos, foi encontrada em Itanhandu e detida por desacato e ocultação de provas durante uma operação da Polícia Civil.
Os policiais cumpriam um mandado de busca e apreensão na casa da mulher, namorada do pai da criança, após uma denúncia anônima indicar que ele estaria escondido no local. Foragido desde a última sexta-feira, quando a droga foi encontrada com sua filha na escola, o homem não foi localizado e continua sendo procurado.
A suspeita foi intimada a prestar depoimento e afirmou não ter contato com o namorado desde que o caso veio à tona.
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Os policiais então recolheram seu celular para análise, mas, segundo a polícia, a jovem reagiu de forma agressiva, tentou impedir a apreensão do aparelho e, antes que os agentes pudessem á-lo, destruiu o dispositivo.
Com isso, a mulher foi autuada e levada para a delegacia. As buscas pelo pai da menina continuam.
Como a droga foi descoberta na escola
Uma professora percebeu a situação ao ouvir alunas reclamando do “papelzinho ruim” que haviam recebido e acionou a Polícia Militar. Ao pedir para a criança mostrar o objeto, a educadora identificou um envelope semelhante a um papelote de droga.
Ela então questionou a menina sobre a origem do material, e a criança afirmou que os pacotes estavam na casa do pai, que havia entregado para ela. A busca continuou, e, na mochila da menina, foram encontrados mais seis pacotes, além de outros nove localizados debaixo de uma cadeira. Ao todo, foram apreendidos 16 papelotes, sendo sete lacrados e nove parcialmente usados.
Antes da chegada da Polícia Militar, o pai da criança teria ido até a escola e, ao perceber que a droga havia sido encontrada, tomou um dos papelotes da mão de uma coordenadora e fugiu. Até a publicação desta matéria, ele ainda não havia sido encontrado.
Pouco depois, o tio da criança também esteve no local, discutiu com duas conselheiras tutelares e levou a sobrinha embora. Ele foi detido e liberado após um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO).
No mesmo dia, os exames toxicológicos realizados nas crianças que, por engano, ingeriram a cocaína confirmaram que nenhuma delas tinha a substância no organismo. Nenhuma delas apresentou sintomas ou qualquer problema de saúde.
Avó contesta versão da polícia
Em entrevista ao Estado de Minas, a avó da criança negou a versão apresentada nos registros policiais e afirma que a família tem sofrido ameaças. Segundo ela, a casa de seu filho já foi invadida sem mandado judicial, e a imagem dele circula em grupos de mensagens com ameaças de linchamento.
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"Minha família está sofrendo calúnia, difamação, ameaça. Estamos sufocados. Ninguém está saindo de casa", desabafou. Com medo de represálias, ela chegou a tirar a neta de casa e entregá-la aos cuidados de uma pessoa de confiança. “Se alguma coisa acontecer e alguém invadir aqui, ela não está aqui”, afirmou.
(Com informações de Clara Mariz e Giovanna de Souza)