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DEMOGRAFIA

Declínio populacional projeta novos desafios para Minas

Número de habitantes atingirá pico em 2037 e cairá na década seguinte, o que vai exigir respostas ao envelhecimento

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O desenvolvimento econômico e atração de mão de obra, com a chegada de novas indústrias – sobretudo do ramo farmacêutico – além do avanço do setor de serviços são apontados como as razões para o crescimento populacional esperado para Montes Claros (414,3 mil habitantes atualmente) nos próximos anos.

Entre as 13 Regiões Geográficas Intermediárias (RGints) de Minas Gerais, a cidade-polo do Norte de Minas é a única que manterá uma contínua elevação no número de habitantes até 2047, aponta projeção da Fundação João Pinheiro (FJP), com base em números do Censo de 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No estado como um todo, a expectativa é que o pico populacional seja atingido em 2037, com um total de 21,9 milhões de habitantes (hoje são 20,5 milhões), seguido de declínio: em 2047, o número esperado é de 21,7 milhões de indivíduos em Minas Gerais. Marcado pelo envelhecimento da população na maior parte do território, o movimento demográfico projeta também novos desafios para o estado.

Entre os 10 municípios que mais crescerão nos próximos anos, aponta o estudo, nove são de médio porte, com populações entre 20 mil e 120 mil habitantes, e estão localizados na RGInt de Belo Horizonte: Esmeraldas, Sarzedo, Juatuba, Mateus Leme, Igarapé, São José da Lapa, Conceição do Mato Dentro, Lagoa Santa e Nova Lima.

Por outro lado, a partir do período de 2032 a 2037, antes da queda da população total do estado, as populações das RGInts de Barbacena, Juiz de Fora e Pouso Alegre já começarão a diminuir. Já nas regiões de Patos de Minas, Teófilo Otoni, Uberaba e Uberlândia, a diminuição da população ocorrerá apenas ao final do período de projeção (2042-2047).

De acordo com a pesquisadora Denise Maia, da FJP, a pesquisa traça como se dará a consolidação do processo de envelhecimento da população do estado, iniciado na segunda metade do século 20 e que “reflete tendências estruturais como a queda sustentada da fecundidade e o aumento progressivo da longevidade". "No entanto, são evidentes as diferenças regionais quanto ao ritmo e ao estágio atual desse envelhecimento, embora todos os indicadores apontem para uma convergência gradual das regiões mineiras em direção a níveis avançados de envelhecimento populacional", observa a especialista.

Para ela, as estimativas são fundamentais para que o poder público planeje a gestão de recursos. Para a pesquisadora, o envelhecimento da população mineira tende a pressionar, principalmente, as áreas de saúde e de previdência social, as mais desafiadoras para a gestão pública. Diante disso, uma das medidas sugeridas por ela é o direcionamento de investimentos para saúde e educação, para que a população adulta, economicamente mais ativa, possa ter maior produtividade. Por outro lado, Denise Maia destaca que a mudança na estrutura etária da população não acarreta apenas revezes: “A gente tem uma população idosa que está disposta a consumir; então, ela vai demandar recursos específicos para a idade: isso também pode fortalecer a economia”.

Em Montes Claros, a marcha populacional que tende a manter a elevação mesmo depois de 2037, na direção oposta à do restante do estado, coincide com o crescimento industrial. “Montes Claros vive uma nova fase, que a gente chama de desenvolvimento 6.0, com a chegada da indústria farmacêutica. E junto dela, estão chegando outras atividades de serviços complementares. Isso é círculo virtuoso”, diz o prefeito Guilherme Guimarães (Uniao Brasil). Embora positiva, essa nova etapa de progresso exige mais investimentos na infraestrutura e mobilidade urbana, elevando ainda as demandas nas área de educação e saúde, observa.

Marcando o avanço do setor farmacêutico, na segunda-feira (7/4), a multinacional dinamarquesa Novo Nordisk (fabricante de insulina e do medicamento Ozempic) anuncia um grande investimento (o valor ainda é guardado a sete chaves) na ampliação de sua planta na cidade do Norte de Minas. A cidade recebe também uma nova fábrica da Eurofarma, outra gigante da área de medicamentos.

O município ainda conta com uma grande população jovem por ser um polo universitário, sediando instituições de ensino superior públicas e privadas, como a Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) e um câmpus avançado da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).


MAIS DEMANDAS


O prefeito Guilherme Guimarães afirma que a istração municipal vem se preparando para atender as novas necessidades. Na gestão anterior, cita, a prefeitura investiu na ampliação dos centros municipais de educação infantil (Cemeiss). E Montes Claros se prepara para ofertar mais serviços de saúde e de lazer para as pessoas idosas. Entre essas ações, destaca, está a construção de um novo hospital municipal de 220 leitos. “E estamos construindo mais parques, pistas de caminhadas. Então, estamos oferecendo serviços de saúde e de lazer para atender as pessoas idosas, assim como a população jovem”, conclui.

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Para a professora Vivian Mendes Hermano, coordenadora do projeto “Dinâmicas Populacionais do Norte de Minas”, do Departamento de Geociências da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), os serviços de saúde e educação destacam-se entre os fatores de “atração populacional” da cidade-polo do Norte de Minas. “Esses dois setores, conjuntamente, polarizam a atração demográfica, tanto na população permanente como na flutuante. Além desses, somam-se as novas atividades industriais e a centralização operacional das atividade políticas e econômicas de toda região”.

Por outro lado, a especialista ressalta que os gestores públicos devem monitorar o crescimento populacional para que ele “não venha a se transformar em explosão” prejudicando a qualidade de vida dos moradores.

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