Tragédia em Araguari: polícia conclui identificação de vítimas de acidente
Ônibus, que partiu de Anápolis (GO), saiu da pista e capotou ao tentar fazer o contorno do trecho conhecido como "Trevo do Queixinho", na MG-223
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Siga noA Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) concluiu, nesta quinta-feira (10/4), a identificação das 11 pessoas que morreram em um acidente envolvendo um ônibus de turismo na MG-223, em Araguari, na Região do Triângulo Mineiro. O tombamento aconteceu na madrugada da última terça-feira (8/4). Pelo menos outras 36 pessoas ficaram feridas.
Durante coletiva de imprensa, na manhã dessa quarta-feira (9/4), o delegado regional de Araguari, Luciano Alves dos Santos, explicou que, até aquele momento, cinco vítimas haviam sido identificadas através das impressões digitais e três foram reconhecidas por familiares. Foram destacados para averiguação dos fatos três peritos e dois legistas.
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Ainda conforme a corporação, oito corpos já foram retirados por familiares do Posto Médico Legal da cidade. Três ainda permanecem na unidade aguardando os familiares. “A PCMG esclarece que a identificação foi possível graças ao trabalho conjunto de servidores da Instituição e familiares”.
O acidente
O acidente ocorreu na madrugada de terça-feira (8/4), por volta das 3h40, na altura do Km 134 da MG-223, entre Araguari e Tupaciguara, no Triângulo Mineiro. Um ônibus da viação Real Expresso, que havia saído de Anápolis (GO) às 20h30 de segunda com destino a Ribeirão Preto (SP), saiu da pista e capotou ao tentar fazer o contorno do trecho conhecido como “Trevo do Queixinho”.
Segundo a Polícia Militar Rodoviária (PMRv), o motorista perdeu o controle da direção, atravessou o canteiro central do entroncamento entre as rodovias MG-423 e MG-413 e capotou na alça de o. O acidente deixou 11 mortos, entre eles duas irmãs, de dois e seis anos, e pelo menos 36 feridos.
Ao prestar depoimento à Polícia Civil, o motorista do ônibus afirmou ter visto um "vulto na estrada", o que, segundo ele, provocou a perda de controle do veículo. Em nota enviada à imprensa na terça-feira, a corporação informou que, até o momento, “não há elementos suficientes para justificar sua prisão”. O condutor também declarou que faz esse trajeto semanalmente. O inquérito do caso deve ser concluído em até 30 dias.
No veículo de dois andares, modelo semileito, estavam 53 ageiros, além do motorista. Com o capotamento, algumas vítimas ficaram presas às ferragens, enquanto outras foram arremessadas para fora do veículo.
Dos 22 ageiros que precisaram ser hospitalizados, até esta quinta-feira, cinco seguem internados no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia. Entre eles, está uma mulher grávida que deu à luz após o acidente — o bebê também permanece sob cuidados médicos.
Procurada pela reportagem, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) informou que o ônibus estava com a documentação e os cadastros regulares para o transporte interestadual de ageiros. Em nota, a Real Expresso lamentou o ocorrido e reiterou que está prestando todo o e necessário às vítimas e familiares, inclusive por meio de um canal de atendimento 24 horas. A viação reforçou que o ônibus estava com a manutenção em dia, seguindo plano de revisões corretivas e preventivas.
A nota destacou também que, embora a Real Expresso não trabalhe com duplas fixas de motoristas, há revezamento ao longo dos trajetos, o que garantiria, segundo a empresa, “uma qualidade de condução atenta e segura”. “O motorista havia subido no ônibus vindo de casa e descansado”, diz a nota. A empresa afirmou ainda que oferece treinamento, monitoramento e apoio médico especializado em sono para os motoristas, além de manter salas de ativação em suas bases operacionais.
Confira quem são as vítimas da tragédia:
- Rogério Ribeiro de Queiroz
- Elhadi Ahmed Khalifa
- Sueli Pereira Dias Fernandes
- Suely Maria de Araújo
- Francini Batista Rodrigues Marcondes
- Maria Catarina da Silva
- Laura (6 anos)
- Lorena (2 anos)
- Kleiton Serra da Silva
- Nilda Helena de Paula
- Balizeu da Silva Pereira