BH: vítimas de suposto envenenamento continuam internadas em estado grave
Idosa de 78 anos e casal de parentes foram hospitalizados depois de consumir torta de frango comprada em padaria, que foi interditada nesta quarta-feira (23/4)
compartilhe
Siga noA família de Cleusa, de 78 anos, de Fernanda, 23, e José Vitor, 24, vive momentos de apreensão. Os três estão internados depois de comerem uma torta de frango supostamente envenenada. Nesta quarta-feira (23/4), parentes estiveram reunidos na casa de Cleusa, que fica quase em frente à padaria onde compraram o item, no bairro Serrano, na Pampulha.
Era por volta de 11 horas quando um dos filhos de Cleusa, acompanhado da esposa, saiu para ir ao hospital Med Center, em Venda Nova, onde a idosa está internada na UTI.
“O momento é difícil, isso, porque minha mãe tem comorbidades. Ela é obesa e tem diabetes. As informações que recebemos, hoje, não são boas, de que seu estado é muito grave. Estamos indo pra lá, agora. Mandaram nos chamar”, dizia um dos filhos, que estava entrando no carro.
Leia Mais
Filhas de Cleusa afirmaram que jamais poderiam esperar pelo que aconteceu. Pedindo para não serem identificadas, elas disseram que era comum, por exemplo, fazer lanche ou comprar os produtos na padaria, e que nunca havia acontecido nada de ruim.
A apreensão da família se divide entre Belo Horizonte e Sete Lagoas, na Região Central, onde o casal Fernanda e João Vítor está internado na UTI do Hospital Municipal Monsenhor Flávio Donato, em estado grave.
Os parentes estão dispostos, inclusive, a fazer uma investigação própria para tentar descobrir quem é o cozinheiro que fez a torta e seu paradeiro.
Hoje, técnicos da Vigilância Sanitária municipal interditaram a Padaria Natália, onde foi fabricada a torta de frango que causou intoxicação nos três membros da família. No estabelecimento, vários alimentos recolhidos para exames.
Os funcionários do órgão municipal só não recolheram para análise caixas de leite e de sucos. Na porta da padaria, uma placa vermelha informava sobre a interdição.
O que aconteceu
Durante a vistoria da Vigilância Sanitária, funcionários da Padaria Natália estavam presentes. Apesar de evitarem declarações, um deles falou a respeito do cozinheiro contratado, que seria freelancer, identificado pelo nome de Ronaldo, para substituir o funcionário da área, que está em férias.
“Olha, a gente não sabe nada sobre ele. Ele veio trabalhar no sábado e retornou no domingo. Fez as tortas, e só. Depois não voltou na segunda-feira e nem na terça. Desapareceu. No domingo, antes de ir embora, ele pegou uma torta e levou com ele”, disse a funcionário, que prefere o anonimato.
Investigações
A Polícia Militar foi acionada pela família de Cleusa Fernanda e João Vitor depois que eles aram mal e tiveram que ser levados a hospitais em Belo Horizonte e Sete Lagoas.
O caso foi encaminhado para a Polícia Civil e foi feita perícia, que recolheu material, como alimentos e tortas prontas, que estavam na vitrine da padaria.
Em princípio, a polícia trabalha com três hipóteses de envenenamento: que as vítimas tinham ingerido carbamato, organofosforado ou toxina botulínica.
Os agentes não afastam a hipótese de que as vítimas tenham ingerido chumbinho, um veneno usado para matar rato. O certo é que somente depois de concluídos os exames laboratoriais a Polícia Civil poderá ter certeza e definir o caminho de investigação a ser seguido.
Foragido
Ronaldo, o cozinheiro contratado pela padaria para fazer as tortas, é considerado foragido pela polícia. O fato de o proprietário do estabelecimento não ter qualquer referência sobre o funcionário temporário intriga os policiais. Ele teria dito apenas que tinha o número do celular do cozinheiro e que não sabe onde mora.
O comerciante disse que recebeu indicações de outros donos de padarias e restaurantes para contratá-lo, mas que não tinha qualquer outra referência. Disse, também, que o pagou, mas não pegou recibo.
Siga nosso canal no WhatsApp e receba notícias relevantes para o seu dia