O Topo do Mundo, localizado em Brumadinho, presenciou mais um ato da ONG Abrace a Serra da Moeda nesta segunda-feira (21/04). Com o tema “A água nos une, juntos pela vida”, o evento deste ano reuniu cerca de três mil pessoas em um abraço simbólico ao meio-dia.
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“Nossa, foi lindo, graças a Deus. Eu acho que dos últimos anos foi um dos abraços mais bonitos que a gente já teve. A Serra da Moeda é um patrimônio natural, mas que ele tem prazo de validade se a gente não fizer nada. Eu sinto que eu estou fazendo um pouquinho da minha parte”, disse a advogada e ambientalista Beatriz Vignolo, presidente da ONG.
O objetivo da ONG, que já realiza o protesto há 18 anos, é chamar a atenção das autoridades e da população mineira sobre os impactos ambientais, sociais e hídricos causados por grandes empreendimentos na região. O local abriga o aquífero Cauê, importante fonte de abastecimento de água para as comunidades próximas.
“Já tivemos algumas conquistas como o Monumento Natural Estadual da Serra da Moeda e o Monumento Natural Municipal da Mãe d'Água, que são unidades de proteção integral que garantem a proteção das nascentes. Mas no que se refere à expansão da mineração, à expansão urbana e da indústria, a gente tem ainda alguns problemas”, afirma Vignolo.
A ativista explica que a data escolhida para o protesto anual, dia 21 de abril, se deve ao fato de o feriado de Tiradentes marcar a luta dos mineiros contra a exploração das riquezas do estado.
O abraço contou com apresentações musicais e com a participação do Rei Batuque, do Quilombo de Marinhos, e do bloco do Espinhaço.
Imprevisto no meio do caminho
Ao Estado de Minas, Beatriz contou que conseguiu uma parceria com a Faculdade Asa e com a Prefeitura de Brumadinho que cederam, cada uma, dois ônibus para transportar a população interessada até o local do protesto. Entretanto, durante o trajeto, os motoristas dos dois ônibus da prefeitura receberam uma ligação e tiveram que retornar com os manifestantes para os respectivos pontos de partida.
“Ainda não sabemos o motivo do cancelamento. Tivemos que contar com apoio da Faculdade Asa de Brumadinho, que disponibilizou os transportes para trazer parte dos moradores. Mesmo assim, muita gente ficou sem o ao local da manifestação”, disse a presidente da ONG. “Graças a Deus deu tudo certo no final”, completa.
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A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Brumadinho e, até o momento da publicação da matéria, ainda não obteve resposta.