Abaixo-assinado pede volta de parada de ônibus no BH Shopping
Proibição força ageiros a caminhar até 2 km ou pagar mais caro. Abaixo-assinado já reúne mais de 7 mil s e pode ultraar 10 mil
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Siga noA proibição da parada dos ônibus da linha Via Ouro em frente ao BH Shopping tem mobilizado moradores de Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, que dependem do transporte público. Desde que a linha deixou de parar na Avenida Luiz Paulo Franco, no Belvedere, os ageiros são obrigados a caminhar 1,5 km - muitas vezes sob trânsito intenso, chuva ou risco de assaltos - ou pagar até R$ 11,30 por uma linha metropolitana.
A linha Via Ouro, municipal, cobra R$ 2 pela agem. Já o preço da agem nos ônibus intermunicipais, como os da Saritur, é mais de R$ 11. A diferença no valor pesa no orçamento.
“É cruel ter que escolher entre gastar R$ 9 a mais por dia ou caminhar quase dois quilômetros todos os dias”, afirma o estudante Bruno Ezequiel Diniz Lima, que sai do Jardim Canadá para estudar na UFMG, na Pampulha. “É um trajeto perigoso, estreito, com muito carro. A caminhada atrasa minha rotina em pelo menos meia hora.”
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Abner Henrique (Cidadania), vereador de Nova Lima e criador do abaixo-assinado, destaca o impacto da diferença no preço das agens nas linhas à disposição da população: “Representa R$ 18,60 a mais por dia, R$ 500 a mais por mês e quase R$ 5.000 a mais por ano, um dinheiro que faz falta no orçamento de quase todo mundo.” O documento já tem mais de 7 mil s e a expectativa é que supere 10 mil nos próximos dias.
Sem condições de pagar a tarifa mais cara, muitos ageiros descem no Bairro Vila da Serra e caminham quase 1,5 km até o BH Shopping.
A retirada da parada, há cerca de três anos, foi determinada por decisão judicial, atendendo a pedido do Consórcio Metropolitano de Transporte. O consórcio alegou que a linha municipal não poderia operar em território de concessão intermunicipal. “A gente não contesta a legalidade, mas pede sensibilidade. Os ônibus de BH param livremente em Nova Lima. Então, por que a Via Ouro não pode parar no BH Shopping?”, questiona o vereador.
Tatiana Oliveira, que trabalha no Vila da Serra, também se diz prejudicada. “Quando preciso resolver algo no BH Shopping, ou pago mais caro ou vou de Uber. E o caminho a pé é perigoso, tem muito movimento de carros, e os atalhos são desertos. Não é seguro.”
Outra usuária da linha, que preferiu não se identificar, reforça a insegurança do trajeto. “Não, não é seguro, não, né? Porque se a gente for pela via ali, é muito movimento de carro. Tem um outro atalho que a gente a aqui atrás, que também é meio deserto. Não é seguro, não.”
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Apesar do ime jurídico, Abner afirma que já houve conversas entre a Prefeitura de Nova Lima , a Secretaria de Estado de Infraestrutura, Mobilidade e Parcerias de Minas Gerais ( Seinfra) e o consórcio. A Via Ouro ainda não se manifestou. “Queremos diálogo. Se não há acordo, que se construa uma solução justa. A população não pode continuar pagando esse preço”, conclui o vereador.
Posicionamento das autoridades
O Sindicato das Empresas de Transporte de ageiros Metropolitano (Sintran), em nota, afirmou que a linha em questão é de caráter estritamente municipal, com autorização válida para operar somente dentro de Nova Lima. reforçou o argumento de que a linha municipal não pode operar nessa rota intermunicipal.