Governo lança 'Filhos de Minas' para combater mortalidade materno-infantil
Programa prevê a doação de kits enxovais para as gestantes que fizerem o pré-natal e mantiverem o cartão de vacina em dia
compartilhe
Siga noCom objetivo reduzir a mortalidade materno-infantil no estado, o governo de Minas lançou o programa Filhos de Minas. A iniciativa consiste no incentivo ao pré-natal, com a doação de kit enxoval para as gestantes em situação de vulnerabilidade social que fizerem o acompanhamento junto ao serviço de saúde. Elas devem também manter o cartão de vacina em dia.
O lançamento foi feito nesta segunda-feira (26/5) pelo vice-governador Mateus Simões, juntamente com a presidente do Serviço Social Autônomo de Minas Gerais (Servas-MG), Christiana Renault, na Unidade Básica de Saúde (UBS) da Vila Anália, periferia de Montes Claros, no Norte de Minas. Na solenidade, o vice-governador fez a entrega dos kits às primeiras gestantes beneficiadas pelo programa.
Leia Mais
O kit enxoval entregue para as mães que fazem o pré-natal é composto por 14 itens essenciais para o conforto do bebê, como bolsa, cobertor, macacões curtos, macacões longos, bodies, culotes, casaquinho com capuz, kits de meias e toalha com capuz.
"Estamos fazendo isso porque todos os números mostram que quando temos o pré-natal, a chance de óbito infantil cai 50%", disse Mateus Simões. Ele já havia apresentado a iniciativa às prefeituras mineiras em fevereiro, durante o Conexão Minas Saúde 2025, em Belo Horizonte.
Para receber o kit, a gestante precisa estar cadastrada no Programa Bolsa Família e realizar, no mínimo, cinco consultas pré-natais até a 28ª semana de gestação ou sete consultas ao longo de toda a gestação, além de estar em dia com a vacinação. Para iniciar o acompanhamento do pré-natal, a gestante deve procurar uma Unidade Básica de Saúde (UBS) do município onde reside.
O kit enxoval tem 14 itens, como bolsa, cobertor, macacões curtos, macacões longos, bodies, culotes, casaquinho com capuz, kits de meias e toalha com capuz
De acordo com o governo do Estado, em 2025, serão distribuídos 38,7 mil kits, com um investimento de R$ 12,5 milhões, considerando a adesão de 839 municípios até o momento. Ainda conforme a gestão estadual, a ação está alinhado às diretrizes nacionais e internacionais. As iniciativas para redução da taxa de mortalidade materna-infantil ocorrem em âmbito mundial, como nas metas pactuadas nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU).
“Queremos estimular as mães a fazerem os exames, que são essenciais para monitorar a situação do bebê. É uma parceria com as prefeituras, que precisarão indicar as que estão com os pré-natais em dia para que possam receber o kit", salientou o vice-governador.
O pré-natal é essencial para a prevenção e a identificação precoce de doenças, tanto maternas quanto fetais, e a assistência oferecida nesta fase da gravidez tem um papel crucial ao oferecer um cuidado abrangente e contínuo para a gestante e o bebê.
O acompanhamento permite o tratamento de complicações, educação em saúde e apoio a gestante, vacinação e monitoramento do desenvolvimento fetal, além de preparar para o parto e o período pós-parto.
Em Minas Gerais, existem 206 maternidades na Rede de Atenção ao Parto e Nascimento. No ano de 2024, foram realizados 148.449 partos no estado, uma média de 12.371 nascimentos por mês.
Mateus Simoes disse que o Norte de Minas foi escolhido para o lançamento do programa porque causa das carências e estatísticas negativas na região na área de saúde. “Nós escolhemos fazer o lançamento do Norte de Minas, porque, infelizmente, ainda é uma das regiões com os piores índices de mortalidade infantil, materno-infantil, por conta de uma ausência de pré-natal bem feita em muitos casos”, declarou o vice-governador.
Siga nosso canal no WhatsApp e receba notícias relevantes para o seu dia
Uma das primeira contempladas com o kit enxoval por fazer o pré-natal direitinho foi a estudante Aglen Jacome dos Santos, de 24 anos, moradora do Bairro Novo Delfino, em Montes Claros. Mãe do pequeno David, de 2, ela está próxima de ter o segundo filho, completando 39 semanas de gravidez. A estudante elogiou a iniciativa do governo do Estado por “premiar” as mulheres que fazem o acompanhamento pré-natal.
“Acho muito importante fazer o pré-natal. É muito importante tanto para o bebê quanto para a mãe. No meu caso, eles (os profissionais da atenção básica) olharam mais o bebê do que para a mãe”, comentou a gestante.