Em meio à escalada de doenças respiratórias em Minas Gerais, o Hospital Márcio Cunha, em Ipatinga, no Vale do Aço, emitiu um alerta de que está no limite da capacidade de atendimento. Com pressão especialmente nos setores materno-infantil e pediátrico, o hospital, referência regional para pacientes do SUS e de planos de saúde, afirmou que todos os recursos disponíveis estão sendo mobilizados para enfrentar o que chamou de “cenário desafiador”.
A unidade, istrada pela Fundação São Francisco Xavier (FSFX), divulgou nesse sábado (3/5), pelas redes sociais, o comunicado sobre a sobrecarga no serviço. A instituição, embora privada, realiza 70% dos atendimentos por meio do SUS. “O Estado de Minas Gerais, incluindo o município de Ipatinga, enfrenta atualmente um surto significativo de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e outras doenças infecciosas virais”, diz a nota. O texto reforça que a situação está exigindo medidas extraordinárias e pede “compreensão e colaboração da comunidade”.
Os números justificam o apelo. Na rede pública, Ipatinga já soma 419 internações por doenças respiratórias neste ano, o que coloca o município como o quinto com mais hospitalizações no estado, segundo levantamento feito pelo Estado de Minas com base no de Doenças Respiratórias da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG). A maioria dos casos se concentra nos dois extremos da vida: idosos com 60 anos ou mais (202 hospitalizações) e crianças de até 9 anos (173). Um recorte que ecoa o cenário estadual, onde o grupo de idosos já soma mais de 15 mil internações, enquanto os bebês com menos de um ano contabilizam 2.587 hospitalizações e as crianças de 1 a 9 anos somam 3.687.
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Ainda que os números sejam elevados, a cidade não aparece entre os municípios que decretaram situação de emergência em saúde pelo surto de doenças respiratórias, medida já adotada por seis cidades (Belo Horizonte, Betim, Contagem, Santa Luzia, Pedro Leopoldo e Conselheiro Lafaiete) e que permite a contratação emergencial de profissionais, a compra de insumos e a ampliação da rede de atendimento.
O próprio governo estadual acionou o recurso na sexta-feira (2/5). A decisão habilita o estado a ar recursos federais extraordinários e dá base para implementar ações emergenciais, como destacou o secretário de Saúde, Fábio Baccheretti, em coletiva de imprensa no fim de abril. Com isso, a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) lançou nesse sábado edital para a contratação emergencial de 110 profissionais de saúde que vão atuar em hospitais de referência da capital, como parte do plano de contingência.
Ao todo, Minas já registrou 26.786 internações por doenças respiratórias neste ano, com 334 mortes até o dia 28 de abril. À frente de Ipatinga na emergência de hospitalizações estão Belo Horizonte — que lidera com 2.669 internações, quase 10% do total estadual —, seguida por Uberlândia (1.285), Montes Claros (537) e Juiz de Fora (531).
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No epicentro dessa escalada está o Sul de Minas, região que lidera o número de internações por SRAG em todo o estado neste ano. De janeiro até 28 de abril, 4.422 pessoas foram hospitalizadas na região, o que representa 16,4% de todos os casos hospitalares no estado, segundo levantamento feito pelo EM.