Um detento da Penitenciária Ariosvaldo Campos Pires, em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, denunciou na última sexta-feira (16/5) um caso de estupro contra ele. O crime teria acontecido dentro do presídio, por colegas de cela.

Segundo o homem que fez a denúncia, ele estaria sendo obrigado a manter relacionamento afetivo e sexual com outro preso e era ameaçado por outros detentos. 

Em nota, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais (Sejusp) disse que a denúncia foi feita a policiais penais, no setor de saúde da penitenciária. Depois do relato, ele foi encaminhado para exame de corpo de delito e, posteriormente, alocado em outra cela.

Ainda de acordo com a secretaria, os envolvidos na ocorrência serão ouvidos durante as apurações istrativas, e o caso está sendo investigado pela Polícia Civil (PCMG).

A presidente da Associação de Amigos e Familiares de Pessoas em Privação de Liberdade, Miriam Estefânia, comentou sobre denúncias dessa natureza que chegam à associação. 

“Essas denúncias são recorrentes. São sobre violações de direitos, superlotação das celas, alimentação inadequada… Recebemos as denúncias via WhatsApp. Recentemente, várias chegaram sobre a penitenciária feminina José Edson Cavalieri, também em Juiz de Fora”, relata Miriam.

Ela ressalta que há, no sistema prisional mineiro, um aumento de tortura e violações de direitos nos últimos tempos. “Essas denúncias vêm, não só de Juiz de Fora, e afetam principalmente as mulheres. São sempre as mesmas queixas. Às vezes, as pessoas falam: ‘Nossa, mas essa mesma denúncia de novo?’. E não, é outra denúncia, mas com os mesmos problemas, porque não se resolve”, lamenta.

A reportagem do Estado de Minas entrou em contato com a Polícia Civil de Juiz de Fora para atualizações e aguarda retorno.

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*Estagiária sob supervisão do subeditor Thiago Prata

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