MUDANÇA?

Cidade mineira quer proibir reprodução de pitbulls

A proposta busca prevenir ataques e garantir bem-estar animal; projeto gerou reações de ativistas da causa animal

Publicidade
Carregando...

No mesmo dia em que cinco crianças ficaram feridas após o ataque de um cão pitbull mestiço dentro de uma escola municipal em Betim, na Grande BH, um projeto de lei chegou à Câmara de Vereadores de Itabira, na Região Central de Minas, com uma proposta direta: proibir a reprodução de cães das raças pitbull, rottweiler e seus mestiços no município. 

A proposta, enviada pelo prefeito Marco Antônio Lage (PSB), leva o nome de Guilherme Gabriel Couto da Silva que foi atacado e arrastado para um matagal enquanto andava por uma rua no Bairro Santa Marta, em Itabira. Ele foi encaminhado ao hospital em estado grave e os animais foram abatidos. O tutor dos cães foi preso.

O projeto também institui a Política Municipal de Proteção Animal e traz um pacote de medidas que visam prevenir novos ataques e, ao mesmo tempo, fortalecer o bem-estar dos animais. Tutores de cães das raças citadas deverão um termo de responsabilidade, garantir a esterilização, uso de focinheira e coleira, além da identificação por microchip. Em casos extremos de risco ou maus-tratos graves, o projeto prevê a possibilidade de eutanásia mediante laudo técnico.

 

O prefeito também destacou que a proposta foi cuidadosamente construída com a participação de técnicos, garantindo embasamento para punições severas e aplicabilidade da lei em diversos aspectos. “Essa é uma medida que exige atenção. Por isso, construímos a proposta com o apoio de médicos veterinários e especialistas em segurança pública, para garantir uma resposta eficaz”, afirmou o chefe do Executivo.

A proposta segue as diretrizes da recente Lei Estadual nº 25.165, que proíbe a entrada e a reprodução de cães da raça pitbull em Minas Gerais. Ela também complementa a legislação anterior, a Lei nº 16.301, de 2006, que regula a criação de raças consideradas perigosas, como dobermann, rottweiler e, mais recentemente, o fila brasileiro.

Em 2025, essa lei ou por atualizações importantes: a principal foi a proibição clara e definitiva da entrada e reprodução de pitbulls no estado, algo que antes não estava explicitado. Outra mudança significativa foi a obrigatoriedade do uso de focinheira para esses cães em locais públicos, já que a norma original mencionava apenas “equipamentos de contenção”, sem detalhar quais seriam.

Apesar do tom de urgência adotado pela Prefeitura de Itabira, a proposta gerou reações de ativistas da causa animal. Para Daniela Sousa jornalista, ativista e apresentadora do Papo do Quintal Podcast, que trata da pauta de direito animal, a situação não a de um "espetáculo político" ela também critica a ausência de políticas preventivas reais.

“Vemos dia após dia denúncias de canis clandestinos sendo estourados, matrizes descartadas e animais maltratados. Mas não vemos a chipagem ser de fato implantada, nem o cadastro de tutores, censos populacionais caninos ou mesmo campanhas educativas sobre guarda responsável. E aí, quando acontece uma tragédia, aparecem leis emergenciais que não tocam nas causas do problema”, afirmou.

Para ela, faltam ações coordenadas, fiscalização e investimentos em capacitação dos próprios agentes públicos. “A proibição vem sempre depois da dor.”

Como ficam os cachorros da cidade?

Em março deste ano, quando a prefeitura anunciou que iria apresentar o projeto de lei à Câmara dos Vereadores para restringir a entrada, procriação e comercialização de raças de guarda como rottweiler, pitbull, fila brasileiro, dobermann e outras semelhantes, uma dúvida surgiu: e os cães que já vivem na cidade? 

Segundo a Prefeitura de Itabira, os tutores que já possuem animais dessas raças especiais deverão registrá-los obrigatoriamente em um banco de dados oficial do governo, além de ar por fiscalização periódica e cumprir normas rígidas de segurança.

 Siga nosso canal no WhatsApp e receba notícias relevantes para o seu dia

O executivo acredita que, para garantir o sucesso da medida, a abordagem será focada na “sensibilização dos tutores”, que serão orientados sobre as melhores práticas no manejo desses cachorros listados no projeto. A reportagem procurou a Câmara Municipal de Itabira para saber quando o projeto será lido em plenário, mas não obteve resposta até o fechamento deste texto.

Tópicos relacionados:

animais ataque minas-gerais

Parceiros Clube A

Clique aqui para finalizar a ativação.

e sua conta

Se você já possui cadastro no Estado de Minas, informe e-mail/matrícula e senha. Se ainda não tem,

Informe seus dados para criar uma conta:

Digite seu e-mail da conta para enviarmos os os para a recuperação de senha:

Faça a sua

Estado de Minas

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Aproveite o melhor do Estado de Minas: conteúdos exclusivos, colunistas renomados e muitos benefícios para você

Assine agora
overflay