MG já tem cinco mortes por dengue em 2025; testes são fundamentais
Mais de 13 mil casos já foram confirmados e 20 mortes seguem em investigação. Laboratório registra crescimento de 57% na procura por exames
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Siga noSegundo informações da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), divulgadas nesta quarta-feira (19/2), Minas Gerais já registrou cinco mortes por dengue desde o início do ano. O caso ocorreu em Uberlândia, no Triângulo Mineiro. No total, são 36.823 casos notificados e 13.113 foram confirmados.
Para confirmação e diagnóstico diferencial das arboviroses, a infectologista do Hermes Pardini, Melissa Valentini reforça a importância da realização dos testes. De acordo com a SES-MG, sobre chikungunya, Minas Gerais continua com uma morte confirmada e outra em investigação. São 3.254 casos prováveis dessa arbovirose. A Secretaria também confirmou dois casos de zika.
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Paralelo ao crescimento no aumento dos casos registrado pelo de Monitoramento das Arboviroses da Secretaria de Saúde, o Hermes Pardini observou um crescimento de 57% na procura por testes no mês de janeiro, comparando com dezembro do ano ado.
De acordo com a médica infectologista do laboratório, Melissa Valentini, o diagnóstico da dengue e de outras arboviroses (como chikungunya e zika) pode ser feito por diferentes tipos de testes, que variam conforme o tempo de infecção e os marcadores virais ou imunológicos detectados. Eles se dividem em três principais categorias:
1. Testes moleculares (RT-PCR)
Esses exames identificam diretamente o material genético do vírus e são mais eficazes nos primeiros dias da infecção.
RT-PCR (Reação em Cadeia da Polimerase com Transcrição Reversa): detecta o RNA do vírus.
Mais indicado nos primeiros 5 a 7 dias de sintomas.
Altamente específico e sensível.
Utilizado para diferenciar os sorotipos da dengue (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4) e também para zika e chikungunya.
2. Testes sorológicos (detecção de anticorpos)
Esses detectam a resposta imunológica do organismo à infecção, sendo úteis após a fase inicial da doença.
IgM (Imunoglobulina M) – Teste ELISA ou Imunocromatografia:
Indica infecção recente (entre o 6º e o 30º dia após o início dos sintomas).
Pode ter reação cruzada com outras arboviroses, dificultando a diferenciação.
IgG (Imunoglobulina G)
Detecta exposição anterior ao vírus, podendo indicar infecção ada ou resposta secundária.
Importante para avaliar imunidade populacional.
Teste Rápido (Imunocromatográfico)
Detecta IgM e IgG.
Resultado em minutos, mas menos sensível do que ELISA ou PCR.
3. Testes de antígeno (NS1)
Detectam proteínas virais no sangue nos primeiros dias de infecção.
NS1 (Proteína Não Estrutural 1) – Teste ELISA ou rápido:
Indicado até o 5º dia de sintomas.
Mais sensível do que a sorologia na fase inicial.
Pode ser utilizado em combinação com o RT-PCR para um diagnóstico mais preciso.
Qual teste escolher?
Fase aguda (1º ao 5º dia de sintomas): RT-PCR ou NS1.
Fase tardia (a partir do 6º dia de sintomas): sorologia IgM e IgG.
Se o objetivo for confirmação epidemiológica ou casos suspeitos de reinfecção: RT-PCR ou combinação de NS1 + Sorologia.
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A médica ressalta que os exames sorológicos possuem limitações, especialmente em casos de reinfecção. Eles podem dar falso-negativo ou falso-positivo. “O teste RT-PCR é hoje o melhor método para diagnóstico porque consegue efetivamente diferenciar de uma arbovirose ou outra. Inclusive, existe um RT-PCR que testa as três arboviroses ao mesmo tempo. Cada teste tem suas limitações e pode ser complementado por outros exames para maior precisão no diagnóstico. Importante lembrar que em casos e sintomas e para melhor orientação, é imprescindível buscar ajuda médica”, comenta Melissa Valentini.
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