Cirurgia plástica: técnica brasileira promete abdominoplastia sem cicatriz
Médico mineiro desenvolve procedimento que associa suturas de sustentação e tecnologia de plasma para remodelar o abdômen sem cortes visíveis
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Siga noA abdominoplastia, ou cirurgia de abdômen, é um procedimento cirúrgico plástico que visa remover o excesso de pele e gordura do abdômen, corrigindo a flacidez e, em alguns casos, os músculos retos dessa parte do corpo, que podem se separar após a gravidez ou flutuações de peso. O objetivo principal é remodelar a região abdominal, tornando-a mais lisa e tonificada.
Mas uma técnica inovadora está mudando a forma como se trata a flacidez abdominal no Brasil. O procedimento, que vem ganhando destaque entre médicos e pacientes, combina fios de sustentação da parede abdominal com o uso da tecnologia Renuvion, que utiliza o plasma de radiofrequência para retrair a pele, sem necessidade de cortes nem cicatrizes aparentes. É o que explica o cirurgião plástico Leonardo Duque de Miranda Chaves, idealizador do protocolo.
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"O primeiro caso que eu tratei com essa técnica foi em 2021. Foi criada a partir de vários princípios usados por diversos cirurgiões plásticos do mundo, no Brasil e nos Estados Unidos. Englobei tudo que há de melhor na área e concebi essa técnica", diz, lembrando que a maior diferença é não ter cortes visíveis - é um procedimento minimamente invasivo.
"São cortes de dois a três milímetros, que ficam praticamente imperceptíveis com o tempo. A maior vantagem é mesmo não ter uma cicatriz visível. Após um a dois anos, não há nenhum sinal que o paciente fez qualquer cirurgia, seja homem ou mulher - 70% dos pacientes que procuram esse tratamento são mulheres, mas também aumentou a procura por homens. O resultado é muito mais natural e atlético", descreve.
A técnica, esclarece, é recomendada para pessoas com flacidez leve a moderada, que desejam melhorar o contorno abdominal, mas não querem ou não podem se submeter a uma abdominoplastia convencional, que exige incisões extensas e período de recuperação mais longo.
No tratamento convencional, explica, a cicatriz é de pelo menos 16 centímetros. Leonardo reforça que o processo de cicatrização depende mais do paciente do que do médico. "O próprio acaso também influencia. O paciente pode estar bem nutrido, tomar um maior cuidado, e mesmo assim ter uma cicatrização não muito boa. Quando se evita a cicatriz, a gente consegue minimizar o estigma de alguém que fez cirurgia plástica".
Em procedimentos normais, a cicatrização completa pode demorar entre três a quatro semanas e, em casos extremos, esse processo pode levar até um ano. A abdominoplastia não invasiva, dessa forma, conforme o médico, é indicada principalmente para o paciente que não aceita a cicatriz convencional de abdominoplastia. "A primeira indicação é o paciente que não aceita a cirurgia tradicional. A gente não vai fugir do que é clássico e preconizado há mais de 50 anos", conta.
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A segunda indicação, diz, é para flacidez leve a moderada. "Em casos de perda grande de peso ou oscilação de peso muito importante, com uma flacidez enorme, como o paciente que perdeu às vezes 150 ou 200 quilos, não tem como tratar a flacidez só através desse protocolo", pondera.
A técnica, diz Leonardo, não é recomendada para quem aceita ter o corte da cicatriz, já que envolve custos mais altos, como em relação a equipamentos, os fios que são um pouco maiores do que a cirurgia tradicional. Outra contraindicação relativa é o caso de pacientes que já aram por lipoaspiração anterior e possuem cicatriz prévia no abdômen, explica o cirurgião. "Nesses casos, como a pele já apresenta marcas, não haveria necessariamente uma vantagem em evitar uma nova cicatriz, o que pode direcionar a indicação para procedimentos tradicionais".
De acordo com o cirurgião plástico, que é membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SB) e da Associação Americana de Cirurgia Plastica (ASPS), a abdominoplastia sem cortes pode ser realizada em ambiente cirúrgico com recuperação rápida. “Os fios de polidioxanona (PDO) promovem a suspensão da pele, enquanto o plasma aquece e retrai os tecidos, estimulando a produção de colágeno. É uma alternativa segura e eficiente para muitos pacientes”, explica.
Leonardo lembra que o pós-tratamento requer um período de repouso absoluto de cinco a sete dias. Com uma semana, o paciente volta a ter uma rotina praticamente normal, mas ainda não pode fazer atividade física, recomendada com uma volta progressiva, a partir de duas a três semanas, de acordo com o desenvolvimento.
Ainda segundo o médico, os resultados têm sido positivos, com alta taxa de satisfação e baixo índice de complicações. “A gente vê uma remodelação significativa do abdômen, especialmente na região supraumbilical, com melhora da firmeza e da qualidade da pele.”
Com mais de dezenas de pacientes já tratados com a técnica, Leonardo vem apresentando os dados em eventos médicos no Brasil e no exterior. A proposta é que o método seja reconhecido como uma alternativa científica, segura e esteticamente eficaz à abdominoplastia tradicional.
“Nem todo paciente precisa de grandes incisões. Se pudermos oferecer um resultado estético expressivo, com menos trauma, menos risco e sem cicatriz visível, por que não?”.
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