INFECÇÃO VIRAL

Hepatite A: entenda doença que está em alta em BH

Só no primeiro trimestre de 2025, foram registrados 73 diagnósticos na capital

Publicidade
Carregando...

Os números são preocupantes. Belo Horizonte enfrenta um crescimento de casos de hepatite A. Só no primeiro trimestre de 2025, foram registrados 73 diagnósticos, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMSA). Para se ter uma ideia da gravidade, em 2023 foram apenas oito casos ao longo de todo o ano, contra 175 registros já computados em 2024, um aumento de mais de 20 vezes. Entre janeiro e abril deste ano, houve um crescimento de 265,3% em relação aos 26 registrados no mesmo período do ano ado. 

A hepatite A é uma inflamação no fígado causada por infecção viral (vírus HAV), geralmente transmitida pela via fecal-oral, ou seja, por água ou alimentos contaminados com fezes de pessoas infectadas. Em locais onde há falhas no saneamento básico, o risco é maior. Porém, nos últimos anos, especialistas chamam atenção para outro fator de transmissão: práticas sexuais, principalmente entre adultos, que têm impulsionado surtos em países de baixa endemicidade, como o Brasil. 

Enquanto crianças muitas vezes am pela infecção de forma assintomática ou apenas com sintomas leves, em adultos o quadro tende a ser mais severo. Náuseas, vômitos, dor abdominal intensa e icterícia (a famosa coloração amarelada na pele e nos olhos) são comuns. Além disso, pessoas com doenças hepáticas pré-existentes ou vivendo com HIV correm maior risco de complicações.

“É importante entender que, apesar de parecer uma doença simples, a hepatite A pode evoluir com gravidade nos adultos, inclusive levando à hospitalização”, alerta o Ministério da Saúde em nota oficial.

Perfil epidemiológico

Desde 2017, o Brasil tem observado surtos associados à transmissão por via sexual, principalmente entre homens que fazem sexo com homens (HSH). Em São Paulo, naquele ano, foram registrados 786 casos, com dois óbitos confirmados. O avanço da profilaxia pré-exposição (PrEP) para prevenção do HIV também ajudou a mapear esse público: hoje, cerca de 80% dos usuários da PrEP são HSH, o que levou o Ministério da Saúde a incluir esse grupo nas campanhas de vacinação contra hepatite A.

Em maio deste ano, a oferta da vacina foi oficialmente ampliada no Sistema Único de Saúde (SUS) para adultos que utilizam a PrEP. A decisão busca conter novos surtos, diante do cenário de crescimento dos casos em adultos, mesmo com a forte redução registrada nos últimos anos entre crianças.

Desde que a vacina contra hepatite A foi incluída no calendário infantil do SUS, em 2014, o número de casos despencou no Brasil. Em 2013, antes da inclusão, o país registrava 6.261 casos. Já em 2021, esse número caiu para apenas 437, uma redução de 93%. Entre menores de 5 anos, a queda foi ainda mais expressiva: 97,3% de redução entre 2013 e 2023. 

No entanto, a retomada no crescimento de registros a partir de 2023 expôs um novo desafio: entre os 2.080 casos contabilizados no Brasil naquele ano, 1.877 foram em pessoas acima de 20 anos, com homens representando 69,5% dos infectados.

Como se proteger?

Além da vacinação, outras medidas são fundamentais:

  • Garantir higiene adequada das mãos, especialmente após usar o banheiro e antes das refeições
  • Consumir apenas água potável e alimentos bem lavados
  • Usar preservativos e barreiras de proteção em práticas sexuais, já que o contato oro-anal pode ser uma rota de transmissão

A Organização Mundial da Saúde (OMS) reforça que a vacina é a principal estratégia preventiva, especialmente em populações mais vulneráveis ou em situações de surto.

O imunizante contra a hepatite A é istrada com uma dose aos 15 meses de vida. Para crianças que tenham perdido a oportunidade de se vacinar no tempo recomendado pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI), a vacina pode ser aplicada até 4 anos, 11 meses e 29 dias. A vacinação de gestantes e lactantes deve ser realizada mediante a avaliação da relação risco-benefício diante da possibilidade de contrair a doença.

Casos na capital

Acompanhando a orientação do Ministério da Saúde, a Prefeitura de Belo Horizonte ampliou a vacinação contra hepatite A no mês ado. “Estamos atentos ao cenário epidemiológico e intensificando as ações de prevenção, principalmente entre adultos, onde vemos maior número de casos”, informou a SMSA em comunicado oficial.

A recomendação é que pessoas dos grupos prioritários, como usuários de PrEP e quem vive com HIV, procurem as unidades de saúde para garantir a imunização. 

A vacina também está disponível no Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE) para pessoas acima de 1 ano de idade que tenham:

  • Hepatopatias crônicas
  • Coagulopatias
  • Pessoas vivendo com HIV
  • Imunossuprimidos
  • Doenças de depósito
  • Fibrose cística
  • Trissomias
  • Candidatos a transplante de órgãos
  • Doadores de órgãos cadastrados em programas de transplantes
  • Pessoas com hemoglobinopatias


O esquema vacinal é composto por uma ou duas doses, a depender da condição e comprovação vacinal da pessoa. Interessados devem procurar unidades específicas que dispõem das doses. Os endereços dos locais podem ser conferidos nos site da PBH.

Siga nosso canal no WhatsApp e receba notícias relevantes para o seu dia
 

Parceiros Clube A

Clique aqui para finalizar a ativação.

e sua conta

Se você já possui cadastro no Estado de Minas, informe e-mail/matrícula e senha. Se ainda não tem,

Informe seus dados para criar uma conta:

Digite seu e-mail da conta para enviarmos os os para a recuperação de senha:

Faça a sua

Estado de Minas

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Aproveite o melhor do Estado de Minas: conteúdos exclusivos, colunistas renomados e muitos benefícios para você

Assine agora
overflay