Projeto BH a Pé promove 'sábado maluquinho' para lembrar um ano sem Ziraldo
Amanhã (5/4), caminhada percorrerá locais que fazem parte do livro e do filme 'O menino maluquinho'. No domingo, completa-se um ano da morte de Ziraldo
compartilhe
Siga noQuantas histórias podem ser contadas em Belo Horizonte? O casal Rafael Sette Câmara e Luísa Dalcin já concebeu oito. Uma delas apresenta os lugares que marcaram a trajetória do Clube da Esquina. Outra percorre o imaginário literário da cidade por meio de seus “fantasmas”, como a Loira do Bonfim e o Capeta do Vilarinho.
Neste sábado (5/4), os dois apresentam uma nova história: “BH Maluquinha”, que vai percorrer os lugares marcantes do livro “O Menino Maluquinho” (1980), de Ziraldo, e do longa “Menino Maluquinho – O filme” (1995), de Helvécio Ratton. As duas obras, por sinal, são as mais populares de seus respectivos autores.
Leia Mais
Este é o novo roteiro do projeto BH a Pé, caminhadas temáticas realizadas nos fins de semana. A data de estreia do encontro não foi aleatória. O próximo domingo (6/4) marca o primeiro ano de morte de Ziraldo (1932-2024). Além disso, em 2025 celebra-se o 30º aniversário do lançamento do filme de Ratton.
“Nosso foco é mais no belo-horizontino do que no turista, sempre a pé, com distâncias que vão de 2,5km a 6km. Como o público vai de criança a idoso, tem de ser um percurso viável”, comenta Sette Câmara. Os grupos geralmente reúnem 15 pessoas.
O roteiro “BH Maluquinha” terá cerca de duas horas em 2,5km. A partir do encontro na Praça Milton Campos, no Cruzeiro, o grupo vai até o Colégio Sagrado Coração de Maria, na Serra. “Foi a escola do Maluquinho. O filme, inclusive, começa ali”, explica Rafael Sette Câmara. O percurso segue para o tobogã da Avenida do Contorno, onde o garoto e seus amigos andavam de carrinho de rolimã.
Chegando à Savassi, o destino é a Rua Fernandes Tourinho. A Livraria Jenipapo (antiga Ouvidor) foi cenário no filme de Ratton – era o local onde a mãe do protagonista, interpretada por Patrícia Pillar, trabalhava. De lá a caminhada vai até a Rua Congonhas, no Santo Antônio, locação mais conhecida do longa, com a casa do Maluquinho.
Todo o eio é comentado, com informações sobre a trajetória artística de Ziraldo, seu papel contra a ditadura, bem como a leitura do livro.
Na conversa com o público, Sette Câmara e Luísa também destacam a obra de outros escritores mineiros que narraram a infância, como Fernando Sabino, Conceição Evaristo, Henriqueta Lisboa (na Savassi, o grupo ará em frente à estátua da poeta, diante do prédio onde ela morou) e Guimarães Rosa (um dos célebres personagens do autor é Miguilim, garoto de 8 anos que vive no sertão).
Infância feliz
Tanto por isso, a caminhada será concluída em frente à casa onde Rosa viveu alguns anos, o antigo e célebre Bar do Lulu, na esquina das ruas Congonhas e Leopoldina, no Bairro Santo Antônio.
“Queremos que seja uma experiência sobre a infância. O filme narra a infância nos anos 1960. Quando ele foi lançado, pais levaram filhos ao cinema para mostrar como eram as crianças na época deles. Maluquinho era um goleiro que pegava todos os ataques dos adversários. A mensagem final do livro é que a única coisa que ele não conseguiu segurar foi o tempo, pois tinha crescido. Quando olha para trás, ele vê que não foi menino maluquinho, mas um menino feliz. Então, a ideia é mostrar os efeitos desta nostalgia”, conclui Sette Câmara.
BH MALUQUINHA
Caminhada neste sábado (5/4), a partir das 9h, por locais marcantes na história do Menino Maluquinho, personagem de Ziraldo. Saída na Praça Milton Campos, Cruzeiro. Duração: duas horas. Valor: R$ 75. Informações e reservas: (31) 99290-5010 e no Instagram (@caminhadasbh).