Desafios e conquistas de mulheres escravizadas são tema do livro de Sheila Castro Faria crédito: Cosac/reprodução
Um mergulho na história do Brasil, em cinco volumes, conduz o leitor às profundezas do conhecimento e tem como guia a luminosidade de pesquisas, excelência gráfica, mapas e ilustrações. De volta ao mercado editorial, a Cosac inaugura nova fase e lança a série “Crioula”, para dar visibilidade a trabalhos baseados em fontes documentais no período entre os séculos 16 e 19.
Os cinco primeiros volumes, com capas em cores diferentes, incluem temas como a trajetória de mulheres escravizadas e alforriadas; a Inquisição na Bahia no século 17; religiosidade negra; caça às baleias; mulheres escritoras e viajantes no século 19. De acordo com o diretor editorial da Cosac, Álvaro Machado, mais três livros serão lançados em outubro.
Machado afirma que a palavra crioula, pejorativa até certa época, tem agora o significado de orgulho. Conforme a etmologia, o vocábulo remonta ao verbo latino creare (criar), que traz como acepções primárias “aquilo ou aquele que não vem de fora” ou “que é nativo do local de quem fala ou escreve”, enfatizando a produção acadêmica nacional.
Organizada por Sheila de Castro Faria, “Crioula” reúne historiadores de instituições acadêmicas de todo o país, com pesquisas e estudos sobre as peculiaridades de nossa experiência histórica. Sheila diz que “o objetivo da coleção é “dar vazão a uma produção de qualidade, contemplando tanto pesquisadores iniciantes como consagrados que as editoras universitárias não vêm conseguindo absorver, combinando a estética da Cosac e o rigor acadêmico”.
Sinhás pretas
Com capa amarela, o livro “Sinhás pretas, damas mercadoras”, assinado por Sheila de Castro Faria, da Universidade Federal Fluminense (UFF), aborda como mulheres negras africanas trazidas ao Brasil como escravizadas conseguiram obter sua liberdade e prosperar em circunstâncias totalmente desfavoráveis.
Em “Segunda visitação da Inquisição à Bahia (1618-1620)”, capa vermelha, de Angelo Adriano de Faria Assis, da Universidade Federal de Viçosa (UFV), e Ronaldo Vainfas, da UFF e Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), o manuscrito do “Livro das denunciações da segunda visitação do Santo Ofício ao Brasil”, com 239 denúncias, é transcrito integralmente e analisado.
Efigênia e Elesbão
“Devoção negra”, capa azul, de Anderson José Machado de Oliveira, da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), analisa a devoção a santas e santos pretos, em especial a Santa Efigênia e a Santo Elesbão, usados pela Igreja Católica como forma de dominação religiosa para viabilizar a cristianização.
“Viajantes de saias”, capa rosa, de Ludmila de Souza Maia, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e Uerj, apresenta as experiências da brasileira Nísia Floresta (1810-1885) e da sa Adèle Toussaint-Samson (1826-1911) como escritoras e viajantes.
Com capa verde, o livro “Caçadores de baleias”, de Wellington Castellucci Junior, da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, fala da expansão baleeira norte-americana no Atlântico Sul entre 1740 e 1850.
Cosac/reprodução
“CRIOULA”
• Vários autores • Cinco volumes • Cosac • R$ 471,80, todos os livros, no site www.cosacedicoes.com.br. • O preço individual dos volumes varia de R$ 126 a R$ 144