
Desde que venceu a disputa, Marilda ganhou novos clientes, especialmente as indústrias que produzem a delícia típica de Minas. Mas ela conta que, depois da pandemia, houve um aumento geral nas matérias-primas, o que encareceu o processo de produção. Para se ter uma ideia, o quilo do ovo pasteurizado saltou de R$ 5,60 para R$ 12,90. Já a fécula de mandioca foi de R$ 57 para R$ 170 o pacote com 25 quilos.
As indústrias, então, se viram em uma sinuca de bico. Afinal, era um momento delicado para rear o aumento para o consumidor. A saída foi reduzir os custos, o que implicava em diminuir alguns ingredientes.
“Quando vou fazer uma redução de custo, mexo no queijo, no percentual de ovo e automaticamente empobreço o produto. Isso fez com que a gente asse a comer piores pães de queijo”, explica a chef, que, além do café, é dona de outras duas empresas: a Das Minnas, fábrica de pães de queijo e outros produtos congelados, e a Invest Foods, que presta consultoria a fábricas de alimentos.
Claro que não é uma regra: alguns fabricantes conseguiram manter o custo e, consequentemente, a qualidade. Mas aqueles que “empobreceram” aram a apresentar alguns problemas, como murchar, o que, segundo quem entende do assunto, é um problema na estrutura da receita. “Quando o pão de queijo é ruim, você só consegue comer quente. Assim você não sente tanto”, alerta.
Pão de queijo sem queijo"> A cafeteria Das Minnas foi inaugurada há pouco mais de uma semana em São José da Lapa, na Grande BH (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press) 6m1f5h
Nessa história de reduzir custos, o mercado conta até com pão de queijo que não tem queijo na formulação. A chef justifica que isso acontece por um motivo: falta legislação que regulamente a produção.
“Tudo de alimento tem uma legislação. Se vou produzir refrigerante, suco engarrafado, pão, tem uma legislação. Pão de queijo não. Então, o cara pode fazer um pão de queijo com zero por cento de queijo e põe o nome de pão de queijo. Como é pão de queijo se não tem queijo">