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Estado de Minas QUALIFICAÇÃO

Pesquisa revela como desigualdade à internet afeta qualificação do trabalho 5v6g2d

Pesquisa da PwC e Locomotiva mostra que investimento na qualificação digital pode criar 5,3 milhões de empregos


25/03/2022 11:20 - atualizado 25/03/2022 11:23

Marco Castro, sócio-presidente da PwC Brasil
Marco Castro, sócio-presidente da PwC Brasil, diz que o estudo torna mais concreta e aprofundada as informações sobre a desigualdade digital de que todos falam (foto: Sergio Zacchi/Divulgação)
A desigualdade de o à internet, a infraestrutura inadequada e a educação deficitária limitam dramaticamente as opções de futuro para o Brasil no contexto da transformação do mercado de trabalho.

Embora investimentos em qualificação digital possam aumentar significativamente o PIB global e criar milhões de empregos, o abismo digital ameaça deixar o país para trás, sofrendo consequências como o aumento da informalidade no mercado de trabalho, redução da produtividade, atraso no desenvolvimento humano e profissional e redução no o a serviços públicos oferecidos cada vez mais por meios digitais. Esta é a conclusão do estudo “O abismo digital no Brasil”, realizado pela PwC Brasil em parceria com o Instituto Locomotiva.

A pesquisa revela que, embora 81% da população brasileira acima dos 10 anos tenham o à internet, somente 20% contam com uma conexão de qualidade. Além disso, 58% dos brasileiros am a internet exclusivamente via smartphone, o que limita ainda mais o uso de recursos digitais para informação, aprendizado e utilização de serviços.

De acordo com o estudo, esse quadro limita drasticamente o o aos benefícios que a rede oferece, dificultando processos educacionais e, consequentemente, ameaçando fechar as portas do mercado de trabalho para grande parte da população.

O abismo digital nos impede de aproveitar a enorme oportunidade representada pelas vagas de emprego que surgem com a tecnologia e nos deixa para trás em relação ao mundo, afetando nossa economia com a atração de menos investimentos por causa dessa falta de mão de obra qualificada. É preciso mudar essa realidade urgentemente para garantir tanto uma economia mais robusta como uma população mais bem preparada para o mercado de trabalho dos próximos anos 5j614z

Marco Castro, sócio-presidente da PwC Brasil 4y6nk



O estudo apresenta um Índice de Privação On-Line, mostrando que a falta de qualidade no o à internet impacta principalmente as classes C, D e E e a população negra —uma parcela dos brasileiros que a grande parte do mês sem conexão —, enquanto menos de um terço da população pode ser considerada plenamente conectada (sobretudo brancos das classes A e B). 

BAIXA QUALIDADE DO SINAL  5p2b2n

Entre as principais razões para a dificuldade de o à internet estão a baixa qualidade do sinal e o alto custo dos planos e dos equipamentos.

A pesquisa demonstra que a infraestrutura é deficitária em todo o país, mas que o problema é mais grave em regiões periféricas, já que, quanto menor a disponibilidade de infraestrutura (antenas), menor a velocidade de conexão. Dados do movimento Antene-se apresentados no estudo indicam esta defasagem de infraestrutura em todas as capitais do país.

Além disso, o estudo aponta que 13,5 milhões de domicílios têm conexão de banda larga móvel via modem ou chip, sendo que 9 em cada 10 destas residências pertencem às classes C, D ou E. Esse tipo de conexão é mais lenta e de menor qualidade em comparação com a internet via cabo.

ALTO PREÇO DOS SERVIÇOS  3g6q5a

O alto preço dos serviços também foi apontado por 68% dos participantes da pesquisa como a principal causa para a ausência de redes de internet em casa. Ilustrando esse quadro, os usuários com renda acima de 25 salários-mínimos gastam mais de 30 vezes mais com telefone, internet e TV do que os usuários com renda de até dois salários mínimos. 

"O abismo digital nos impede de aproveitar a enorme oportunidade representada pelas vagas de emprego que surgem com a tecnologia e nos deixa para trás em relação ao mundo, afetando nossa economia com a atração de menos investimentos por causa dessa falta de mão de obra qualificada. É preciso mudar essa realidade urgentemente para garantir tanto uma economia mais robusta como uma população mais bem preparada para o mercado de trabalho dos próximos anos", afirma Marco Castro, sócio-presidente da PwC Brasil.

"No momento em que discutimos um futuro dominado por dados, automação e algoritmos e pelo trabalho remoto, que oportunidades estamos criando para milhões de cidadãos que não têm o às condições básicas para adquirir as competências digitais? Com esse estudo, procuramos tornar mais concretas e aprofundadas as informações sobre a desigualdade digital de que todos falam. Esperamos que a pesquisa incentive o debate sobre a inclusão digital no Brasil e ajude a fundamentar decisões de políticas públicas e iniciativas privadas que ampliem as oportunidades para os brasileiros em um ambiente cada vez mais digital", destaca Castro.

EFEITOS NA EDUCAÇÃO 54n19

O estudo mostra um quadro preocupante no sistema educacional, anterior ainda ao processo de digitização. Os estudantes brasileiros têm um dos piores desempenhos do mundo em matemática, leitura e interpretação de textos.

Além disso, 87% dos brasileiros não falam um segundo idioma e apenas 9% dizem falar inglês. A pesquisa alerta que deficiências de interpretação de textos e raciocínio lógico dificultam a aquisição de conhecimentos e habilidades para explorar as oportunidades do ambiente on-line.   

A falta de o à tecnologia na maioria das escolas brasileiras é também um dos maiores problemas da educação, que influenciará diretamente na geração de talentos nos próximos anos. O índice de conexão é menor entre os estudantes de escolas públicas em comparação com a rede privada –o que acentuou ainda mais o déficit de ensino na rede pública durante a crise sanitária.

Hoje, 21% dos alunos matriculados em escolas públicas da educação básica não têm o à banda larga, essencial para o ensino virtual. Isso significa que mais de 8 milhões de estudantes estão desconectados.

Na pandemia, a situação dos alunos sem o tecnológico para acompanhar as aulas piorou, aumentando a disparidade já existente em relação aos jovens na rede privada. Entre os alunos sem computador em casa em áreas urbanas, 39% estudam em escolas públicas, ante apenas 9% do ensino privado.

"O gap de o à internet que vimos neste estudo tende a perpetuar as desigualdades sociais que o Brasil sofre hoje. Vimos que o internauta brasileiro está muito longe do estereótipo de um perfil jovem de classe média plenamente conectado", diz Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva.

"O abismo digital tem rosto. Ele é negro, pobre e mais velho. Por isso, precisamos que políticas públicas sejam promovidas para mudar essa realidade e reduzir a desigualdade", completa.

QUALIFICAÇÃO DIGITAL IMPULSIONARÁ O PIB 4x424k

O estudo contextualiza que, com o avanço da inteligência artificial e da automação, funções tradicionais no mercado de trabalho estão sendo eliminadas ou substituídas em todo o mundo. Ocupações que representavam 15,4% da força de trabalho global em 2020 encolherão para 9% até 2025.

Já a participação das novas profissões (como analistas de dados e especialistas em inteligência artificial) quase dobrará, ando de 7,8% para 13,5% da base total de empregados no mesmo período.

A diferença entre o número de vagas a serem preenchidas e a dificuldade das empresas de encontrar profissionais qualificados é outro ponto de destaque da pesquisa. Entre os entrevistados, 76% afirmaram que, sem internet, é muito difícil se candidatar a uma vaga de emprego. Para 73% quem não sabe usar a internet não consegue uma boa colocação no mercado.

Segundo análise feita pela PwC para o Fórum Econômico Mundial, o investimento acelerado na qualificação digital dos trabalhadores pode adicionar pelo menos US$ 6,5 trilhões ao PIB global até 2030 e criar 5,3 milhões de empregos (líquidos). Os países da América Latina estão entre os que mais podem se beneficiar desse movimento, com aumento médio de 7,7% no PIB da região.

OS PRINCIPAIS DESTAQUES DA PESQUISA  2l40n

  • O investimento na qualificação digital dos trabalhadores pode adicionar pelo menos US$ 6,5 trilhões ao PIB global até 2030 e criar 5,3 milhões de empregos. Mas o Brasil está ficando para trás.
  • Apenas 20% da população brasileira têm o de qualidade à internet, recurso fundamental para a educação e o desenvolvimento profissional.
  • 60% dos brasileiros que estão desconectados são das classes D e E.
  • 21% dos alunos matriculados nas redes municipais e estaduais de educação básica estão em escolas sem o à banda larga.
  • Celular é o único meio de o à internet para 58% dos brasileiros.
  • Os estudantes brasileiros têm um dos piores desempenhos do mundo em matemática, leitura e interpretação de textos. Além disso, 87% dos brasileiros não falam um segundo idioma e apenas 9% dizem falar inglês.
  • Esse abismo digital resulta em aumento da informalidade no mercado de trabalho, redução da produtividade, atraso no desenvolvimento humano e profissional e redução no o a serviços públicos oferecidos cada vez mais por meios digitais.

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