Com as filhas Duda, de 8 anos, e Gabi, de 5, Fernando Dias, criador do curso 'Vou ser pai, e agora?', conta que aprendeu a ser menos egoísta

Com as filhas Duda, de 8 anos, e Gabi, de 5, Fernando Dias, criador do curso "Vou ser pai, e agora?", conta que aprendeu a ser menos egoísta

Jair Amaral/EM/D.A Press

Infelizmente, um bebê não chega com manual de instrução ou uma fórmula mágica de como o pequeno se comporta. Medo, insegurança, preocupações e aquela alegria de ter um elo para sempre com alguém. A chegada de um filho é, sem dúvida, um momento único. É óbvio, ninguém tira a figura materna como maior vínculo dessa relação, afinal, foi ela quem gerou esse novo ser. Porém, essa é uma conversa de pai para pais, principalmente aqueles de primeira viagem.

Foi-se o tempo em que o papel de educar e demonstrar afeto era dedicado apenas às mães. Hoje, vários tabus em relação à paternidade ficaram no ado e a conscientização de uma paternidade mais responsável se tornou presente. O de empresas Fernando Dias, pai da Eduarda, de 8 anos, e da Gabriela, de 5, sempre ficou muito receoso sobre que tipo de pai seria. “Quando se é pai, é necessário criar seus próprios vínculos e memórias afetivas com nossas crianças. A mãe já tem isso. Tem que ir buscando essa ligação, como o próprio ato de botar peito com peito. Eu e minhas filhas somos bem grudadas, elas confiam em mim”, afirma.

O acompanhamento e envolvimento do pai no crescimento do filho é uma importante ferramenta de educação e transformação pessoal. Dias relata que se tornou menos egoísta depois do nascimento das filhas, por exemplo. “Você não pensa só em você. Acaba criando uma extensão, em todos os aspectos. É uma responsabilidade”, comenta.

TREINAMENTO 

Por mais que exista afeto, todo início é meio nebuloso. Para isso, muitos pais se aventuram em cursos para ‘grávidos’. Aulas com informações, orientações e dicas valiosas para a hora do ‘vamos ver’, como a temível troca de fraldas, o banho ou colocar para arrotar. Como no caso do de empresas. Após a insistência da esposa, os dois embarcaram no curso. Porém, Fernando percebeu que, por mais que as informações fossem importantes, as aulas eram voltadas exclusivamente para as mulheres. “Tem o discurso de que é importante para o pai participar desses cursos, mas é voltado para elas. Para esses caras que ficam a vida toda com receio, ninguém senta pra te contar as mudanças que o homem a neste momento. Tem uma falta do diálogo de homem para homem”, relembra.

Pensando nisso, o fundou, há 4 anos, o curso “Vou ser pai, e agora"> Willian Guimarães, de 36, pai de Elias, de 2 anos e 8 meses, fez curso para lidar melhor com a nova função

Willian Guimarães, de 36, pai de Elias, de 2 anos e 8 meses, fez curso para lidar melhor com a nova função

Arquivo pessoal

O representante comercial Willian Guimarães, de 36, pai de Elias, de 2 anos e 8 meses, recorda que ele e sua esposa ficaram um tempo tentando engravidar e até chegaram a perder as esperanças. Porém, foi nesse momento de descrença que o pequeno Elias veio. “A ficha demora um pouco para cair, porque a gente gerava expectativa e ela não acontecia e quando, de fato, ocorreu, a reação foi muito bacana”, relembra. A vida do representante comercial deu uma nova guinada e o sonho de ser um pai como o seu veio de forma natural, porém, com um certo desespero. Afinal, é algo completamente novo. “Hoje em dia tudo é tão caro, a gente vive numa economia em que ter uma criança não é tão fácil. Os gastos aumentam, a responsabilidade aumenta, então, tudo ava pela minha cabeça”, salienta.

Como vários pais de primeira viagem, Willian Guimarães foi em busca de um curso para pais, depois de conselhos de uma amiga da família. “Sempre fui uma pessoa que gostei muito de buscar informações na internet ou em livros, mas com conteúdos de informação seguros. O curso ajudou bastante, começou a trazer mais segurança. Foi tudo muito válido e até consegui ar segurança para minha esposa”, comenta.

A chegada do pequeno Elias fez com que Willian valorizasse ainda mais os ensinamentos do pai. “Ser pai é cansativo, mas extremamente prazeroso. Eu e meu filho somo amigos hoje, porque foi algo alimentado desde pequenininho. Tirar do meu para oferecer pra ele ou a ser meu foco. Apesar do carinho pelos meus pais, ele é a minha primeira opção em tudo. Estou ando o que meu pai ou comigo”, pontua.

Arquivo pessoal
Personagem da notícia

Felipe Bartolomeo advogado, 40 anos, pai de Francisco


"Sempre tive vontade de ser pai e fiquei bastante feliz e ao mesmo tempo assustado com a notícia. Afinal, eu e minha esposa tínhamos acabado de perder uma gestação. Fui deixando acontecer, meio que no piloto automático. Até que contratei o curso para ajudar nesse processo de ser pai e tive a noção real de como era trocar fralda, dar banho, olhar a temperatura da mamadeira e da água para o banho. Porém, sem dúvida, a parte do planejamento familiar define muita coisa para o futuro. Entrei num mundo mais técnico, do qual nem tinha noção. Meu filho foi a realização de um sonho, a melhor situação que já me ocorreu. Além disso, a vida dele transformou a minha. Eu era muito sedentário. Com a chegada dele, ei a praticar ainda mais exercícios físicos. Não quero perder nem um segundo da vida dele. Tanto que temos um dia da semana só nosso, vamos ao parque, brinco, me divirto, é o dia dos meninos. O primeiro dia em que o vi voltando da escolinha, com um chaveirinho feito por ele mesmo, foi uma emoção indescritível."

Saiba mais: Licença-Paternidade

A licença oferecida para pais é de cinco dias corridos, começando a partir do primeiro dia útil após o nascimento do filho. É um afastamento remunerado, que vale para casos de filhos biológicos e adotados. Servidores públicos federais e funcionários de empresas que fazem parte do Programa Empresa Cidadã têm o período de licença ampliado para 20 dias.

Scritore/Divulgação
Livro: Vou ser pai: e agora?

Autor: Fernando Dias

Resumo: No livro, o autor fala das suas experiências com a chegada de suas filhas. Perando pelo processo de descoberta da gravidez, a mudança provocada por ela, a descoberta de um amor incondicional, crônicas sobre a paternidade e dicas para o papai de primeira viagem saber como lidar melhor com seus próprios medos.

Editora: Scrittore, 160 páginas, R$ 34,90


* Estagiário sob a supervisão da subeditora Elizabeth Colares