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O Papilomavírus Humano (HPV) é um vírus de fácil transmissão e existem mais de 100 tipos diferentes. 

Estima-se que cada pessoa tenha até 50% de chance de contraí-lo e atualmente cerca de 600 mil pessoas no mundo possuem câncer atribuído ao HPV. O câncer de colo do útero, provocado pelo HPV, é o terceiro mais incidente nas mulheres e o primeiro em número de mortes no Brasil. De acordo com a Organização Panamericana de Saúde (OPAS) apesar de ser altamente evitável, a doença mata 35,7 mil mulheres a cada ano nas Américas - e a maioria (80%) desses casos ocorre na América Latina e no Caribe. Por isso o Ministério da Saúde criou a campanha Março Lilás, para conscientizar a população sobre a necessidade de prevenção à doença.

O rastreio pode detectar o câncer em um estágio inicial, fazendo que o tratamento tenha um alto potencial de cura. No Brasil, o exame mais utilizado segue sendo o Papanicolaou e o Ministério da Saúde recomenda o início da coleta, pela rede pública, a partir dos 25 anos. Após dois exames negativos com intervalo de um ano, a periodicidade pode ser trienal. 
 
 
Nos EUA, nas mulheres entre 21 e 29 anos, o primeiro exame realizado é o Papanicolau, repetido a cada três anos. Já após os 30 anos, o exame indicado é o DNA-HPV, um exame de maior sensibilidade para a deteção de células pré-cancerígenas - que quando negativo pode reduzir a coleta para a cada 5 anos.

"O teste de HPV identifica com precisão a infecção por pelos tipos específicos de vírus de alto risco e por isso é muito recomendado ao início da vida sexual e sobretudo para mulheres acima de 30 anos. Fazer esse exame a cada cinco anos traz muito mais chances de prevenir o câncer de colo de útero, mas infelizmente muitos médicos ainda demonstram dificuldades na solicitação", diz a patologista clínica e diretora da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica (SBPC/ML), Annelise Corrêa Wengerkievicz Lopes.  
 

Tanto a pesquisa do DNA de HPV de alto risco quanto o Papanicolaou são coletados durante o exame ginecológico. Também existem outros tipos de HPV chamados que baixo risco, que costumam provocar verrugas - estes não estão implicados em câncer e não é necessário um exame laboratorial para diagnosticá-los, somente uma avaliação médica.

A detecção precoce do HPV é fundamental. "Como o câncer em geral demora muito a aparecer após a persistência do HPV, recomenda-se que o rastreamento seja feito em mulheres que não apresentam sintomas e sentem-se perfeitamente saudáveis. Futuramente, a perspectiva é de que este exame possa ser coletado pela própria mulher através de dispositivos de auto-coleta", explica a médica.

Riscos adicionais


A transmissão se dá prioritariamente pela relação sexual que envolve tanto órgãos genitais, ânus, boca e mãos, mas é possível contrair também pelo uso de vasos sanitários e contato com outras superfícies contaminadas. No entanto, para a maior parte das pessoas, nenhum sintoma é desenvolvido. O grande risco é para aqueles que foram contaminados por um dos dois tipos de HPV com potencial cancerígeno: o HPV-16 e 18, que são a principal causa de câncer no trato genital inferior da mulher, podendo atingir o colo do útero, a vulva, a vagina, o canal anal, a boca e a garganta.

Nos homens, o vírus também pode provocar câncer no pênis, ânus e faringe,  e apesar de ser menos frequente, sua ocorrência vem crescendo e trazendo preocupação. A maioria fica sem sintomas ou sinais evidentes de contaminação, mas como infecção entre eles é frequente, muitas mulheres são contaminadas em relações sexuais desprotegidas.

Nas mulheres em que o teste detecta o HPV-16 ou 18, que são os tipos de mais alto risco para câncer, é necessário se investigar com mais um exame, a colposcopia, em que se examina com maior detalhamento os locais que podem ter pré-lesões. 

Quando realizar" href='/app/noticia/saude-e-bem-viver/2021/11/04/interna_bem_viver,1319911/pesquisa-vacina-contra-o-hpv-reduz-cancer-do-colo-do-utero-em-quase-90.shtml'>prevenção ao HPV é a vacinação e a realização de sexo protegido com preservativo, mas como não é apenas na penetração que ocorre a contaminação, a proteção para este vírus não é completa. O contato entre pele e mucosas contaminadas também pode provocar a contágio.