Latas de refrigerante, imagem meramente ilustrativa
Procuradas pela reportagem, a Coca-Cola Brasil e a PepsiCo disseram que o setor está sendo representado pelo ICBA (Conselho Internacional de Associações de Bebidas). O conselho, por sua vez, disse em nota que "até a Iarc concorda que não é a autoridade apropriada para realizar a avaliação de risco com base no consumo real".
Ainda de acordo com a entidade, a possível medida da Iarc contradiz evidências científicas e induz as pessoas a consumirem mais açúcar em vez de escolherem opções seguras sem e com baixo teor de açúcar. "Tudo com base em estudos de baixa qualidade", diz.
A Abiad (Associação Brasileira da Indústria de Alimentos para Fins Especiais e Congêneres) disse que o Iarc não tem atribuição de órgão regulador de segurança alimentar.
"A Abiad demonstra preocupação com as especulações preliminares sobre a opinião da referida agência, que podem confundir os consumidores sobre a segurança do aspartame", escreveu a associação em nota. O posicionamento é seguido pela Hypera, dona de marcas de adoçantes como a Zero-Cal.
Conforme mostrou a agência Reuters, a indicação de que o aspartame é cancerígeno será feita em julho pela Iarc. A informação levantou dúvidas sobre os riscos do produto para a saúde no curto e longo prazo.
Os adoçantes artificiais não nutritivos são alvo da OMS desde maio, quando a agência indicou que eles não devem ser usados para perda e manutenção do peso corporal. A diretriz incluia o aspartame.
Segundo especialistas ouvidos pela Folha na época, não é necessário interromper o uso dos produtos, indicados principalmente para pessoas com diabetes. Médicos pontuaram que este tipo de recomendação é direcionado principalmente para governos, que devem rever o consumo em programas que mirem a saúde pública.
Ponderam, porém, que é importante consultar um profissional da área, como nutricionista, para receber uma orientação personalizada.
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