Bertha Maakaroun
Bertha Maakaroun
Jornalista, pesquisadora e doutora em Ciência Política
EM MINAS

Jogadores em modo treino para 2026

Dois campos vão se enfrentar. De um lado, o bolsonarismo e a direita radical que o orbita. De outro, o centro democrático

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Dependente e atrelada às composições nacionais para a corrida ao Palácio do Planalto, a sucessão mineira em 2026 está delineada, mas ainda em aberto. Dois campos vão se enfrentar. De um lado, o bolsonarismo e a direita radical que o orbita. De outro, o centro democrático, que busca construção alternativa ao enfrentamento entre bolsonaristas e lulistas, com potencial para agregar da direita moderada à esquerda. Há nomes explicitamente colocados, há outros que flanam sobre o ambiente, prontos a se arremessar caso o cavalo selado e.

No campo bolsonarista, o senador Cleitinho (Republicanos) lidera as pesquisas de intenção de voto, que, em tempo ainda distante do pleito, operam como marcadoras do recall ou do nível de saliência das candidaturas na cabeça do eleitorado. Ao lado de Cleitinho, também na extrema direita, pela visibilidade nacional que alcançou com o apoio dos algoritmos, o deputado federal Nikolas Ferreira (PL) é nome potencial ao governo de Minas, em que pese este caminho não seja o preconizado pelo presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto.

De olho na eleição de uma bancada federal robusta – que é sinônimo de alguns bilhões do fundo partidário, do fundo eleitoral, além de o ao tempo de antena nas eleições de 2028 e 2030 – Valdemar da Costa Neto quer ver Nikolas concorrendo para deputado federal. Nos planos do cacique do PL, o parlamentar será o puxador de votos da chapa.

Para onde vão Nikolas e Cleitinho é assunto do extremo interesse do vice-governador Mateus Simões (Novo). Carregando a estrutura do estado em seu favor, ainda lhe falta – como faltava ao falecido prefeito reeleito Fuad Noman (PSD) – a atenção do eleitor comum, que não o conhece. Mateus Simões tenta unificar a sua candidatura ao campo bolsonarista evitando ficar espremido entre Nikolas ou Cleitinho e os nomes do centro político.

Por isso, o governador Romeu Zema (Novo), pré-candidato a presidente da República, mas também a vice-presidente se as circunstâncias se apresentarem, tudo faz para conquistar o olhar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Zema aposta que terá a atenção e a palavra de Bolsonaro, agora réu, se seguir pulando nos palanques que pedem anistia aos envolvidos na tentativa de golpe de Estado e atacando ferozmente o governo federal, em particular o presidente Lula (PT). Zema gostaria que Bolsonaro intervenha em Minas para limpar a área em apoio a Mateus Simões.

Incentivada por Lula, a eventual candidatura ao Palácio Tiradentes do senador Rodrigo Pacheco (PSD) tem grande potencial para agregar as forças políticas da direita moderada à esquerda. Com convites para se filiar ao União e ao MDB, se Pacheco escolher o primeiro, trará grande inconveniente à construção partidária em torno de Mateus Simões, que conta com a federação União Progressista.

Pacheco continua conversando com deputados estaduais e federais simpáticos ao projeto, por meio deles sondando os prefeitos. Daqui para a frente estará mais presente em eventos de entrega no estado. Ainda não declarou “serei”, tampouco disse “não serei”. Seus aliados querem ouvir de Pacheco o que Pacheco ainda se prepara para dizer. E obviamente antes de dizer, observa a conjuntura nacional.

Se Pacheco ainda não se declara publicamente, também ao centro, o ex-prefeito Alexandre Kalil (sem partido) anunciou esta semana a sua pré-candidatura ao governo de Minas. E o fez já dirigindo crítica pública ao comportamento do senador Cleitinho, na I das Bets, no âmbito do Senado Federal. Kalil tem hoje o segundo melhor desempenho nas pesquisas de intenção de voto. Ao escolher Cleitinho para se colocar na disputa, o ex-prefeito de Belo Horizonte aproveita a presença do senador nas mídias digitais para ampliar o seu engajamento. E, a reboque, avisa em alto e bom som que, ainda que sem partido, está na disputa ao governo de Minas. Uma candidatura que divide o centro e não convém a Pacheco.

Em alta

A ex-presidente da Câmara Municipal Luzia Ferreira é forte nome considerado para assumir a Secretaria Regional Oeste de Belo Horizonte. Na chefia da regional está hoje Luciane Carvalhais, indicada pelo deputado estadual Mauro Tramonte (Republicanos) ao falecido prefeito Fuad Noman (PSD), em 2022, quando assumiu a Prefeitura de Belo Horizonte após a desincompatibilização de Alexandre Kalil.


Conflito de padrinhos

Quando, dois anos depois, Mauro Tramonte tornou-se concorrente de Fuad Noman na corrida da sucessão municipal, Luciane Carvalhais fez opção pela candidatura à reeleição do então prefeito. Seguiu na istração. Só que embora tenha apoiado Fuad Noman, politicamente Luciane Carvalhais segue associada a Mauro Tramonte, até porque o marido dela, Hélio Marcassa, é assessor do parlamentar. Na reorganização do governo, Álvaro Damião pensa em indicar Luzia Ferreira para a função.


BH e China

Pleito do vereador Pedro Rousseff (PT), que trabalha para internacionalizar Belo Horizonte em estreita articulação com a China, a Secretaria Municipal de Assuntos Internacionais é bem-vista no governo de Álvaro Damião (União) e tem tudo para emplacar.

 

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Centro de biotecnologia

Criado em 2016 como resultado de parceria entre a UFMG, o Instituto René Rachou da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz-Minas) e o Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BH-TEC), o Centro de Tecnologia de Vacinas (CT Vacinas) caminha para se transformar em Centro Nacional de Vacinas (CN Vacinas). Com recursos públicos e privados, o futuro centro vai se instalar junto ao BH-TEC, espaço previsto para ser concluído em 2027. O CT Vacinas foi responsável por produzir o imunizante contra a Covid-19, SpiN-TEC, o primeiro desenvolvido 100% no Brasil. Em audiência pública na Assembleia, a pesquisadora e subcoordenadora do CT Vacinas, Santuza Maria Teixeira, comparou o CT Vacinas a uma ponte entre a academia e o mercado.

As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.

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