Rogério Tobias
Rogério Tobias
Mestre em Marketing; Pós-graduado em marketing; ; Professor; consultor de marketing e negócios. Palestrante; Escritor.
MARKETING E NEGÓCIOS

Logística e marketing precisam falar a mesma língua

Empresas que agregam logística e marketing oferecem mais do que produtos, elas entregam confiança, reputação e valor real para o cliente

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Durante muito tempo, marketing e logística seguiram caminhos paralelos dentro das empresas. Cada um com sua função, contribuía de maneira importante para o resultado final. Mas o que faltava, muitas vezes, era a conexão direta entre as duas áreas — o alinhamento estratégico que garantiria não só a entrega do produto, mas a entrega da promessa da marca. Hoje, isso mudou. Em muitas organizações, essas áreas trabalham juntas, com objetivos compartilhados e visão integrada.


Quando um cliente faz uma compra, ele não está interessado apenas no produto. Ele compra uma promessa. E essa promessa só se realiza com uma logística eficiente, humanizada e conectada com os valores da marca. Não adianta comunicar inovação e entregar atraso. Não adianta prometer cuidado e mandar algo mal embalado. O marketing começa no desejo, mas só se concretiza na experiência. E a experiência termina — ou continua — na logística.

 


Organizações modernas estão superando a visão de setores disjuntos. Marketing e logística não podem mais atuarem em espaços próprios. A integração fortalece toda a cadeia de valor.


A equipe de marketing conhece melhor os prazos e capacidades da operação. A logística entende o impacto de cada ponto de contato com o cliente. O resultado é um fluxo mais orgânico, centrado na experiência.

 


Essa mudança tem sido liderada, inclusive, por quem toma as grandes decisões. CEOs e CMOs já defendem, com clareza, a importância da sinergia entre logística e marketing. Muitos investem conjuntamente em centros de distribuição mais eficientes, tecnologias de rastreamento, embalagens pensadas para a experiência do consumidor, além de processos de devolução que reforçam a confiança na marca. Com isso, o cliente percebe a coerência entre o discurso e a prática — e isso tem um enorme valor.


Mais do que investimento em infraestrutura, essa conexão exige uma mudança cultural profunda. É preciso que as lideranças incentivem o diálogo constante entre equipes, rompendo barreiras hierárquicas e departamentais, para que a visão do cliente permeie todas as decisões operacionais. A verdadeira inovação surge da colaboração genuína, quando marketing e logística compartilham informações em tempo real, antecipando desafios e criando soluções que garantem não apenas a entrega física, mas a entrega da experiência prometida.

 


Gosto de citar nas palestras o caso do Mercado Livre. Durante muito tempo, a plataforma era vista como um site de intermediação de vendedores. Mas com investimento pesado em logística — frota própria, hubs regionais, rastreamento em tempo real — ela virou sinônimo de entrega rápida e eficiente. O marketing da empresa, hoje não precisa dizer “somos confiáveis”. A logística diz por eles.


A mesma lógica se aplica à Amazon, que construiu sua reputação com base em logística de excelência. E em empresas menores que apostam na embalagem personalizada, no bilhete escrito à mão, no cuidado com a devolução fácil. São gestos operacionais que viram diferenciais emocionais. E isso é marketing em sua forma mais autêntica.


Mais do que uma tendência, essa integração entre logística e marketing representa uma mudança de cultura. Empresas estão percebendo que não basta ter um bom produto, nem uma campanha brilhante. É preciso pensar o negócio como uma sequência de promessas que precisam ser cumpridas. Da vitrine ao portão. Do clique à porta. Do discurso à prática.


Em um mundo conectado e veloz, o cliente está sempre atento — sua paciência, cada vez menor, exige excelência. Qualquer deslize vira ruído instantâneo e impacta a percepção da marca. Por isso, o real diferencial competitivo está na capacidade da empresa em entregar coerência e confiança em todos os momentos. E isso só acontece quando marketing e logística falam a mesma língua, são parte do mesmo time, e entendem que a jornada do cliente é indivisível e para cumprir, é preciso alinhamento, adequação na comunicação interna e gestão com visão estratégica.


Quando se trata de marketing e logística, não se pode mais falar em departamentos. É sobre uma empresa inteira orientada ao cliente.


Essa mudança tem sido decisiva, especialmente em um cenário onde o consumidor compartilha tudo. Se a entrega atrasa, vira tweet. Se a embalagem vem amassada, vira story. Mas se a experiência surpreende, também vira mídia — espontânea, emocional e valiosa.


Marketing e logística são complementares. E quanto mais se entendem, mais força têm. O marketing promete. A logística comprova. O cliente agradece — e volta a comprar, tantas vezes que a a ser fiel.
É como se diz muito no mundo corporativo: A marca é o que você promete. A reputação é o que é entregue. No fim das contas, é bem provável que uma boa entrega valha mais do que mil anúncios.


O professor Peter Drucker sempre preconizou que a meta do marketing é conhecer tão bem o cliente que o produto ou serviço se venda sozinho, e o papel da logística é fazer com ele chegue até lá, dentro, ou acima das expectativas dos clientes.

As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.

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