A peça “Matilde”, que cumpre temporada até o próximo dia 1º de junho no CCBB-BH, partiu de uma ideia original do humorista Paulo Gustavo (1978-2021) e tem no papel-título Malu Valle, a amiga a quem ele contou sobre o projeto.


A montagem, que tem direção de Gilberto Gawronski e texto de Julia Spadaccini, estreou no Rio de Janeiro em março ado e inicia pela capital mineira uma circulação nacional.


Malu conta que o embrião de “Matilde” remonta a 2005, quando Paulo Gustavo, ainda um estudante de Artes Cênicas da CAL (Casa das Artes de Laranjeiras), a convidou para dirigir o espetáculo “Infraturas”, compilado de esquetes cômicas que marcou o início de sua carreira e do então colega de cena Fábio Porchat. Ela se recorda que foi ao encontro da dupla, mas com a intenção de indicar alguma outra pessoa para a função.


“Eles ainda eram ilustres desconhecidos e eu estava com a agenda muito cheia, gravando [a novela] 'Senhora do destino', então não tinha tempo para pegar essa direção”, conta a atriz. “Mas, quando cheguei e me deparei com aquele talento genial do Paulo, disse que sim, que topava.”


“Infraturas” acabou por impulsionar a carreira do artista, que em 2006 estreou o monólogo “Minha mãe é uma peça”, e também consolidou a amizade entre ele e Malu. Em 2015, Paulo a procurou com a ideia de inverter os papéis – assumindo a direção em um espetáculo estrelado por ela.


“Ele ter me escolhido para ser a primeira diretora dele, levar grupos de amigos para me assistir quando eu estava em cena e depois querer me dirigir me deixa muito honrada e feliz. Paulo, que era fundamentalmente um apaixonado pelo teatro, me escolheu para estar na vida dele”, afirma a atriz.


Risco de imitação

Ela conta que acatou imediatamente a ideia de atuar sob a direção de Paulo Gustavo, mas ponderou que não poderia escrever o texto, sob risco de imitá-lo. “Apresentei a Julia Spadaccini, uma autora que adoro, e eles se deram muito bem. A ideia é que ela fosse criando essa dramaturgia sob supervisão dele, só que Julia acabou escrevendo tudo, dizendo que, no processo de montagem do espetáculo, Paulo poderia mudar o que quisesse”, diz.


Quando o texto ficou pronto, ele estava às voltas com a continuação do filme “Minha mãe é uma peça” e com outros projetos, assoberbado. “As coisas têm sua hora. Em 2019, fomos fazer o terceiro 'Minha mãe é uma peça' e tínhamos agenda para 2020, só que veio a pandemia, o Paulo partiu (em decorrência de complicações da COVID-19, em maio de 2021) e eu tive um luto profundo, porque éramos realmente muito amigos, muito parceiros”, comenta Malu.


Somente no ano ado, ela diz, teve um “início de cura”, que a levou a perguntar para si mesma onde estava “Matilde”. O texto já tinha ado pelas mãos de diversas atrizes, conforme aponta, e como ainda não tinha ganhado os palcos, acabou voltando para as suas. A atriz entrou em contato com o produtor Caio Brucker e chamou Gilberto Gawrosnski para dirigir. “Eu queria uma pessoa que não fosse careta, e já tínhamos quase feito uma peça, que acabou não acontecendo”, diz.


O enredo de “Matilde” apresenta uma mulher de 60 anos, aposentada, que vê sua rotina pacata em Copacabana ser transformada ao alugar um quarto para Jonas (Ivan Mendes), um ator de 36 anos, em busca de sua grande oportunidade.


O texto aborda, pela chave da comédia satírica, temas como envelhecimento, relações intergeracionais e os desafios da sociedade patriarcal. “O Ivan também já estava no nosso radar, tinha que ser ele”, diz Malu.


Para a atriz, a montagem instiga o público a revisar certezas estabelecidas e desafiar estereótipos, abrindo caminho para uma sociedade mais inclusiva e menos preconceituosa.

Caê Restaurante Bar - Tilápia grelhada com salada de feijão e caldo de tucupi com camarão: uma releitura contemporânea para o jantar. Caê Restaurante Bar/Reprodução
Mais informações sobre os restaurantes participantes, menus e reservas estão disponíveis no site oficial: https://restaurantweek.com.br/ BHRW/Reprodução
Udon Mercure – Nirá salteado com pescado branco, flor de sal, pesto de huacatay e redução de tucupi: uma entrada que valoriza ingredientes amazônicos com elegância. Udon Mercure/Reprodução
Nonna Carmela - Salada de folhas verdes com vinagrete de lula e mexilhões, tomatinhos e azeitona verde picada: entrada leve e sofisticada, presente nos dois turnos. Nonna Carmela/Reprodução
Olegário - Pátio – Polpa de cupuaçu batida com leite condensado e creme de leite: uma sobremesa refrescante e autêntica, servida no almoço. Olegário - Pátio/Reprodução
Querida Jacinta – Cream cheese com chocolate branco e calda de açaí com pitada de canela: sobremesa do almoço que mistura doçura e leveza com um toque exótico. Querida Jacinta/Reprodução
Mudesto - Barro Preto – Steak de filé mignon grelhado ao molho de açaí com arroz de castanhas-do-Pará: combinação entre o sabor amazônico e a tradição mineira no jantar. Mudesto - Barro Preto/Reprodução
Ancho - Pirarucu na brasa com purê de mandioca, couve e redução de tucupi: o sabor do Norte do Brasil no prato principal do almoço. Ancho/Reprodução
Dirceu Restaurante e Botequim - Torresmo de barriga com vinagrete de abacaxi: um clássico de boteco com toque tropical, servido como entrada no almoço e jantar. Gilson Judice/Divulgação
Vino! Cidade Nova – Risoto de camarão com palmito pupunha e toque de agrião: prato principal do jantar que homenageia o jambu com sutileza. Suellen Perdigão/Divulgação
Bordô Gastrô Vino – Escalopes de filé mignon ao molho de buriti, acompanhados de nhoque com cogumelos frescos na manteiga de sálvia: prato principal criativo e aromático para o jantar. Julio Minchilo/Divulgação
A comida do Norte do Brasil é rica em sabores e ingredientes locais, como mandioca ( preparada de diversas formas, como farinhas, tucupi e tapioca), açaí, peixes de água doce, como tambaqui, pirarucu, dourado e filhote; frutas, como açaí, cupuaçu, graviola, muruci e taperebá; ervas, como chicória, cipó-alho, alfavaca, cúrcuma e jambu. BelemTur/Reprodução
As categorias disponíveis são: Tradicional, com valores entre R$ 54,90 (almoço) e R$ 69,90 (jantar); Plus, R$ 68,90 (almoço) e R$ 89,90 (jantar); e R$ 89 (almoço) e R$ 109 (jantar). BHRW/Reprodução
O festival reúne mais de 50 restaurantes, dos populares aos refinados, oferecendo menus completos a preços fixos e íveis. Os menus contam com entradas, pratos principais e sobremesas, por um único valor. BHRW/Reprodução
Até o dia 18 de maio, os sabores da região Norte do Brasil ganham protagonismo na capital mineira com a 27ª edição do BH Restaurant Week. Com o tema "Uma homenagem à região Norte do Brasil: Riqueza e Diversidade". BHRW/Reprodução


Explorando os medos e anseios de Matilde e Jonas, personagens que se provocam, se desafiam e se transformam ao longo da narrativa, a peça gera reflexões sobre a discriminação etária e os estigmas sociais impostos às mulheres mais velhas, questionando tabus sobre sexualidade e identidade na maturidade.


“Estamos muito felizes, porque estamos colocando em cena uma coisa que partiu de um desejo do Paulo, por isso a peça é dedicada a ele; de outra forma, aliás, ela nem existiria”, afirma a atriz.


“MATILDE”
Texto: Julia Spadaccini, a partir de ideia original de Paulo Gustavo. Direção: Gilberto Gawronski. Com Malu Valle e Ivan Mendes. Em cartaz até o dia 1º de junho, com sessões de quinta a segunda, às 20h, no Teatro 1 do CCBB-BH (Praça da Liberdade, 450, Funcionários – 31.3431-9400). Ingressos a R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia), à venda pelo site ou na bilheteria do CCBB-BH.

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