BH: casa do Arquivo Público Mineiro sofre com infiltração e será reformada
A obra visa sanar problemas que podem comprometer a integridade dos documentos históricos
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Siga noVista de fora, a centenária casa amarela, que abriga o Arquivo Público Mineiro (APM), parece conservada. Por dentro, paredes mofadas, calhas quebradas e baldes para conter os pingos das goteiras revelam a necessidade de restauração do imóvel tombado. Nesta terça-feira (22), a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult-MG) e a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) am a ordem de início das obras de conservação em solenidade na casa, que foi construída em 1897.
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O projeto faz parte da política estadual de valorização da memória, da cultura e dos direitos fundamentais e vai receber o patrocínio de R$ 899.557,05 da Cemig. O principal objetivo da obra é sanar problemas como as infiltrações, acúmulo de umidade e mofo, que podem comprometer a integridade dos arquivos históricos e a segurança dos servidores e público. A previsão para conclusão das obras é dezembro deste ano.
Na casa localizada na Avenida João Pinheiro, no Bairro de Lourdes, Região Centro-Sul de BH, salas dos servidores e de o ao público têm sido afetadas por problemas estruturais. No espaço de consulta e pesquisa, é possível identificar marcas de infiltrações nas paredes e uma fileira de baldes para as goteiras em cima de um dos armários.
Em um dos depósitos de arquivos, o mofo se alastra por parte da parede e o cheiro extremamente forte toma conta do ambiente. Áreas onde há documentos istrativos que remontam ao século XVIII e setores de processamento técnico também estão sendo comprometidos, de acordo com a Secult.
Já algumas calhas não estão adequadas para reter água ou estão até mesmo quebradas. De acordo com a Secult, vão ser realizadas intervenções para melhorar a captação e escoamento da água das chuvas, como adequação das calhas, condutores de águas pluviais e parte da cobertura.
Com esses problemas, coloca-se em risco o acervo do Arquivo Público Mineiro, composto por documentos manuscritos, impressos, mapas, plantas, fotografias, gravuras, filmes, livros, folhetos e periódicos, de acordo com o site do APM. Os documentos podem ser referentes à istração Pública de Minas Gerais produzidos desde o século XVIII, período colonial brasileiro até o século XXI ou de origem privada de interesse público e social.
Obras e 130 anos
Para a da ordem de início das obras, estavam presentes o Diretor do Arquivo Público Mineiro, Bruno Balista, a secretária adjunta da Secult, Josiane de Souza, a diretora de comunicação da Cemig, Cristiana Kumaira, o presidente da Associação do Arquivo Público Mineiro, Ricardo Giannetti e Letícia Nascimento, representante da Maximus Construtora, empresa responsável pela reforma. O secretário de Cultura Leônidas também esteve presente, mas logo no início da apresentação da proposta precisou se ausentar.
“ esse termo de início de obra hoje significa dar concretude a uma série de trabalhos e demandas que foram priorizadas tendo esse entendimento que a gente precisa mexer na estrutura, precisamos mexer no telhado e em várias situações aqui dentro do arquivo para que a gente possa continuar contribuindo para a preservação da história mineira”, afirmou a secretária adjunta Josiane de Souza.
Os demais representantes presentes também discursaram para celebrar a realização da reforma. “Para a Cemig, investir na revitalização do Arquivo Público Mineiro é investir na memória, na história e na cultura de Minas Gerais”, declarou Cristiana Kumaira.
Além da , a solenidade comemorou os 130 anos do APM com a apresentação da nova identidade visual da instituição. Para Ricardo Giannetti, nesse momento de comemoração, é “importante que esta casa esteja realmente preservada e dando segurança aqueles que vêm aqui pesquisar, que trabalham aqui, os funcionários, servidores, e ao arquivo, que é preciosíssimo. Toda a história de Minas Gerais está aqui dentro.”
O Arquivo Público Mineiro foi criado em 11 de julho de 1895 e tinha como atribuições “receber, conservar e classificar os documentos referentes ao direito público, à legislação, à istração, à história e geografia e às manifestações do movimento científico, literário e artístico do Estado”, informa o site da instituição.
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Em 1901, o APM foi anexado à Secretaria do Interior e transferido de Ouro Preto para Belo Horizonte, mas foi só em 1938 que a sede ou a ser na casa amarela localizada na Avenida João Pinheiro. Para celebrar os 130 anos, o Arquivo Público Mineiro vai realizar uma programação especial ao longo deste ano, com oficinas, cursos e rodas de conversa.
*Estagiária sob supervisão da editora Ellen Cristie.