INTOXICAÇÃO

Torta envenenada: esposa de padeiro diz que alimentos eram mal armazenados

Profissional se apresentou à Polícia Civil e foi liberado em seguida. Três pessoas estão internadas em estado grave por suspeita de intoxicação

Publicidade
Carregando...

O padeiro responsável pela produção das tortas de frango e empadas consumidas por uma família que está internada por suspeita de intoxicação se apresentou à Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG). Ronaldo de Souza Abreu, de 55 anos, esteve na Central de Flagrantes 4 na tarde desta quarta-feira (23/4) e foi liberado em seguida. Três pessoas estão internadas em estado grave. Os alimentos foram vendidos em uma padaria no Bairro Serrano, na Pampulha, em BH.

Ao Estado de Minas, a esposa do profissional garantiu que ele não teve envolvimento na contaminação. Ela contou que, no sábado (19/4), o marido levou uma torta de frango, da mesma fornada e produzida na padaria, para a família e que ninguém ou mal ou teve alguma reação adversa. Ruth Lazarini, de 43 anos, afirma que um pedaço do preparo foi entregue à polícia para ser periciado. “Meu marido está há mais de 40 anos nessa profissão, e isso nunca aconteceu. Eles estão fazendo uma acusação contra ele”, diz.

Ruth relata que, desde que começou a trabalhar no estabelecimento, o marido tem relatado como os ingredientes não são conservados da maneira ideal. Dentre os problemas citados por Ronaldo, está a forma com que os alimentos são mantidos dentro das geladeiras.

“A higienização da padaria, pelo que meu marido me contava, não era de boa qualidade, não. Eles mantinham muito os alimentos jogados, e não havia aquele cuidado com os alimentos que tinha que ter. As comidas ficam todas juntas e abertas dentro do congelador”, detalha.

Depois da internação da família, a padaria onde os preparos foram vendidos foi interditada pela Vigilância Sanitária. Segundo a Prefeitura Municipal de Belo Horizonte (PBH), a medida foi necessária porque o estabelecimento não tem alvará sanitário e nenhum cadastro no serviço para iniciar o processo para liberação do documento. Ainda conforme o Executivo municipal, também foram encontradas irregularidades no que se refere a questões de higiene e estrutura sanitária.

Além disso, em nota, a istração pública informou que o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) da PBH foi notificado e monitora a situação. A Secretaria Municipal de Política Urbana informou que o alvará de localização e funcionamento (ALF) da padaria está regular.

A reportagem procurou o dono do estabelecimento desde o início desta tarde, mas até o momento não obteve resposta.

O caso

Três pessoas foram internadas por suspeita de envenenamento depois de comerem uma torta de frango de uma padaria localizada no Bairro Serrano, na Pampulha, em Belo Horizonte, na noite dessa terça-feira (22/4).

De acordo com o boletim de ocorrência, uma idosa de 78 anos foi internada em um hospital particular na Região de Venda Nova, em BH, e uma mulher de 23 e um homem de 24 anos foram internados em Sete Lagoas, na Região Central de Minas Gerais.

Segundo a ocorrência, o casal estava na capital visitando a idosa na segunda-feira (21/4) e comprou a torta no estabelecimento. Ao notar que o alimento estava estragado, voltaram à padaria e devolveram a torta. Quando o casal retornou a Sete Lagoas, na madrugada de terça (22/4), procurou ajuda médica ao se sentir mal.

Eles foram levados para a unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde seguem entubados. Já a idosa ou mal na manhã dessa terça e foi encaminhada a um hospital particular de BH, onde se encontra internada em estado grave.

A suspeita é de envenenamento por substâncias como carbamato, organofosforato ou toxina botulínica. A polícia isolou a padaria, acionou a perícia e a vigilância sanitária, e o proprietário foi conduzido para prestar esclarecimentos. As investigações estão em andamento para apurar os fatos, incluindo a identificação de um padeiro não registrado que produzia os salgados.

Sem informações sobre a produção

Ao ser questionados pela Polícia Militar, o proprietário da padaria afirmou que o padeiro responsável pela produção dos produtos em questão estava atuando como ajudante temporário por apenas seis dias e que não tinha nenhuma informação sobre endereço nem contato telefônico, sendo que seus pagamentos foram feitos em dinheiro vivo. Segundo o dono da padaria, um incêndio ocorrido dias antes danificou as câmeras de segurança, impossibilitando a obtenção de imagens do padeiro.

A informação sobre a contratação temporária, no entanto, foi refutada pela família de Ronaldo. Sua esposa, Ruth, afirmou à reportagem que o marido estava à procura de trabalho e que teria sido contratado pela empresa. Ela ainda explicou que o homem não foi trabalhar na segunda-feira e na terça-feira por estar gripado.

Siga nosso canal no WhatsApp e receba notícias relevantes para o seu dia

Em nota, a Polícia Civil informou que o dono da padaria foi conduzido para ser ouvido por meio da Central Estadual do Plantão Digital. Outras informações poderão ser readas depois que os trabalhos de polícia judiciária sejam concluídos.

Tópicos relacionados:

bh minas-gerais padaria policia

e sua conta

Se você já possui cadastro no Estado de Minas, informe e-mail/matrícula e senha. Se ainda não tem,

Informe seus dados para criar uma conta:

Digite seu e-mail da conta para enviarmos os os para a recuperação de senha:

Faça a sua

Estado de Minas

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Aproveite o melhor do Estado de Minas: conteúdos exclusivos, colunistas renomados e muitos benefícios para você

Assine agora
overflay