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Museu de grandes novidades. Ainda bem

Museu do Ouro, em Sabará, foi reaberto temporariamente no Solar do Padre Correia

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Fez muito bem o prefeito de Sabará em ceder, temporariamente, o majestoso Solar do Padre Correia para abrigar o Museu do Ouro. Em vez de ficar de “lenga-lenga” com o governo federal, pois o equipamento cultural está vinculado ao Instituto Brasileiro de Museus (Ibram)/Ministério da Cultura, Rodolfo Tadeu da Silva tratou logo de fazer a oferta e socorrer o acervo presente no imóvel da Rua da Intendência. A parceria foi selada, e a transferência para ocorrer até dezembro. Equipes estarão em reunião para acertar todos os detalhes ainda por um mês.

Se autoridades agissem com rapidez, pensando no patrimônio e no bem comum, certamente o Brasil não teria perdido muitos dos seus tesouros arquitetônicos. E a população não ficaria impedida de irar coleções que contam um pouco da história das cidades.

Com quase 70 anos de funcionamento, o Museu do Ouro está de fazer dó. No Dia do Patrimônio Nacional, em 17 de agosto do ano ado, o EM publicou uma reportagem sobre imóveis tombados que estavam quase tombando. O trocadilho proposital foi para mostrar como as autoridades governamentais, em todas as instâncias, fechavam os olhos para bens edificados protegidos...a dois, talvez um, o do desabamento.

No caso do Museu do Ouro, tombado pelo Iphan e fechado há mais de dois anos, a palavra dos vizinhos soou alto e traduziu a situação. Ao longo de meses, enxergavam trincas nas paredes laterais, viam fendas se apoderando da fachada principal, o fim se aproximando lentamente. Já os turistas batiam a cara na porta e em retirada, decepcionados. Tantas horas de viagem para conhecer uma cidade do Ciclo do Ouro, e o Museu do Ouro está inativo, era a voz corrente.

Interior do Solar Padre Correia, em Sabará
Interior do Solar Padre Correia, em Sabará Alexandre Guzanshe/EM/D.A. Press

Tomara que finalmente termine a agonia do museu. Que volte a brilhar que nem o ouro de Minas para encantar os visitantes e fazer a população se orgulhar de patrimônio tão especial. Museus devem estar sempre disponíveis aos moradores e aos que chegam, para que a memória se torne cada vez mais viva, como um direito de todos. E a preservação seja constante, um dever a ser posto em prática diariamente.

Vida longa!

Por falar em museu, é muito bem-vinda a parceria entre o Ministério Público de Minas Gerais e o Ibram. As instituições firmaram o Acordo de Cooperação Técnica (ACT) para ações conjuntas de preservação, difusão e recuperação do patrimônio cultural musealizado (peças catalogadas) do estado. O trabalho tem como base o desenvolvimento de atividades destinadas à prevenção e ao combate ao tráfico ilícito de bens culturais.

O acordo nasceu da proposta da Coordenadoria das Promotorias de Justiça de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico de Minas Gerais (PC) para integração de dados da Plataforma Sondar/MPMG ao Cadastro de Bens Musealizados Desaparecidos (CBMD), junto à percepção de que há aspectos comuns que unem as competências do MPMG e do Ibram.

Fim do ciclo de aprendizado...

Obras restauradas pelos alunos do curso técnico em conservação e restauro da Fundação de Arte de Ouro Preto (Faop) foram entregues ao Museu de Arte Sacra de Mariana, instituição responsável pela salvaguarda e preservação do patrimônio cultural. Usadas como material didático, as peças aram por avaliações criteriosas e propostas de intervenção elaboradas, com orientação e acompanhamento dos professores em todas as etapas do processo. Assim, foram asseguradas a qualidade e o rigor técnico dos procedimentos adotados.

...e recomeço da exposição

Entre os bens restaurados, estão cinco imagens sacras em madeira – Nossa Senhora da Conceição, duas versões de Nossa Senhora do Rosário, Santo Antônio e Cristo Crucificado (foto). E ainda um missal litúrgico, cujas páginas apresentavam fragilidade e sujidade, o quadro do Seminário Nossa Senhora da Boa Morte (foto) e o retrato de Dom Silvério Gomes Pimenta. No caso das duas pinturas, havia perda de policromia, vernizes escurecidos e outros problemas. “Mais do que a restauração de objetos, esse trabalho representa uma etapa essencial na formação dos alunos, que puderam aplicar seus conhecimentos em peças reais”, diz o presidente da Faop/Secult, Wirley Rodrigues Reis, conhecido por Têko.

Parede da memória

Na noite de 7 de março de 1994, o Museu Regional do Sul de Minas, em Campanha, foi arrombado e invadido, sendo levadas 28 peças do acervo (imagens, oratórios, cálices e outras). Até hoje, quatro foram resgatadas, sendo a última a imagem de Nossa Senhora da Apresentação, em 2021. Entre os bens desaparecidos, está

São Roque, em madeira policromada e 57,6 centímetros de altura. Quem souber do paradeiro do bem sacro e cultural ou quiser devolvê-lo, pode avisar as autoridades do patrimônio ou entrar
na plataforma Sondar, do Ministério Público de Minas Gerais.

Inconfidentes 1

A Inconfidência Mineira (1788-1789) é um vasto campo de estudos, pesquisas e descobertas para os brasileiros, com muitos temas ainda vindo à luz do conhecimento. Portanto, muito oportuna a visita de associados do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais (IHGMG) ao Rio de Janeiro, mais exatamente ao complexo Ilha das Cobras, istrado pela Marinha do Brasil. Lá, estiveram na Fortaleza do Patriarca de São José, onde ficou preso Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, expoente do levante (1789) contra o domínio português. Não se sabe exatamente em qual cela o mártir ficou preso, isolado, incomunicável por sete meses à espera do seu quarto interrogatório.

Inconfidentes 2

Segundo o desembargador Marcos Henrique Caldeira Brant (foto), do IHGMG, é fundamental que o espaço prisional remanescente, escavado em solo de pedra e usado de 1790 a 1801, seja reconhecido e elevado ao status de sítio arqueológico urbano nacional, pelo seu grande significado e valor cultural. “O fato de estar compondo uma delimitada área já tombada pelo patrimônio histórico e artístico nacional não impede reforço à sua proteção legal específica”, explica. Embora ados mais de dois séculos, o local guarda fortes características físicas construtivas típicas de uma unidade militar do século 18. “Verdadeiro tesouro histórico.”

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Inconfidentes 3

Durante a visita à Ilha das Cobras, a turma do IHGMG colocou uma placa: “Neste local, onde o tempo permanece suspenso, ecoam os ideiais de liberdade e justiça dos inconfidentes mineiros. Testemunha silenciosa de sofrimento e esperança, evocamos a coragem do Protomártir da Independência – Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes – o Patrono Cívico da Nação Brasileira, que nesta cela aguardou, com fé inabalável, o sacrifício em nome de um futuro livre para sua pátria. O IHGMG, legítimo guardião da memória mineira, rende alta homenagem àqueles que, por sua altivez, servem como exemplo para as gerações presentes e futuras.” O marco histórico nacional foi afixado dois dias antes do 21 de Abril. A visita foi liderada pelo presidente do IHGMG, José Carlos Serufo, e coordenada pelo associado capitão de Mar e Guerra, Silvio Aderne Neto.

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