Katiuscia Silva
Katiuscia Silva
Mestra em Sexologia Clínica pela ISEP MADRID, especialista em Disfunções Sexuais Masculinas e criadora do Método HES - Homens Emocionalmente Sanados
SEXUALIDADE

Intimidade emocional e sexual

Quando um casal investe apenas na sexualidade sem o vínculo emocional, o sexo pode se tornar mecânico

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Você já sentiu que, quando há carinho, conversa e conexão emocional, o desejo também floresce com mais naturalidade? E já percebeu que, quando a intimidade física esfria, a distância emocional começa a crescer como um silêncio desconfortável no relacionamento?
Pois é. O que muitos casais sentem no dia a dia, a ciência agora confirma com clareza: intimidade emocional e sexual estão profundamente entrelaçadas.
O que a ciência descobriu?
Um estudo recente publicado no respeitado Journal of Social and Personal Relationships (2023) analisou mais de 2.000 casais heterossexuais e homossexuais ao longo de 18 meses. Os pesquisadores investigaram como os níveis de conexão emocional e sexual influenciavam a satisfação conjugal ao longo do tempo. A conclusão foi clara: existe uma via de mão dupla entre essas duas dimensões da intimidade. Os dados mostraram:
- Quando os níveis de intimidade emocional como carinho, empatia, escuta ativa e abertura diminuíam, a frequência e qualidade da vida sexual também caíam significativamente.
- Inversamente, quando a intimidade sexual era negligenciada ou ausente, o grau de conexão emocional também enfraquecia.
O estudo mostra que um aspecto alimenta o outro. Quando um casal investe apenas na sexualidade sem o vínculo emocional, o sexo pode se tornar mecânico. Por outro lado, vínculos afetivos profundos sem a intimidade física tendem a gerar frustração silenciosa, ressentimento e afastamento.

O que acontece no cérebro?

O neurocientista canadense Donald Pfaff, da Universidade Rockefeller, afirma que “o amor e a atração física duradoura envolvem uma união entre hormônios e experiências emocionais.” Quando existe contato afetivo e toque físico, o cérebro libera oxitocina, conhecida como hormônio do vínculo, que fortalece o apego e a confiança entre parceiros.
Além disso, pequenos gestos diários — como palavras de gratidão, abraços prolongados ou um olhar demorado sem distrações —, ativam o sistema límbico, a região cerebral responsável pelas emoções. Isso reduz os níveis de cortisol (hormônio do estresse) e fortalece o sentimento de segurança emocional, criando o ambiente ideal para que a intimidade sexual floresça com naturalidade.
O que dizem os especialistas?
O psicólogo americano John Gottman, referência mundial em estudos sobre casais, resume bem a importância da conexão afetiva no relacionamento: “Casais felizes são aqueles que diariamente fazem depósitos emocionais na conta bancária do amor”. Esses “depósitos” não são feitos com grandes gestos ou presentes caros, mas com presença real, escuta verdadeira e validação emocional.
Como nutrir essa via de mão dupla?
Casais que desejam manter o amor vivo e pulsante precisam entender que sexo e afeto não competem, se completam. Abaixo, algumas atitudes práticas que têm respaldo na ciência:

- Pratique a gratidão verbalizada: diga o que você ira e valoriza no outro com frequência.

- Toque com intenção: o toque diário, não sexual, como um abraço apertado de 20 segundos, tem efeito neuroquímico poderoso.

- Elimine as telas na hora da conexão: uma conversa olho no olho vale mais do que 50 mensagens no WhatsApp.

- Crie momentos de intimidade emocional: um jantar por mês com perguntas significativas, por exemplo: “O que você mais gostou do nosso mês juntos?”, esse pequeno gesto pode mudar a qualidade da relação.

Amor duradouro não é acaso. É construção. Viver um relacionamento de alta qualidade exige investimento nas duas pontas: afetiva e física. Quando um casal entende que a intimidade é uma construção mútua e constante, tudo muda. E quando a conexão é nutrida com intenção, consciência e verdade, ela se torna uma força que não apenas sustenta o amor, ela o expande.
O amor não morre por falta de paixão, mas por falta de cuidado. Comece hoje: uma palavra gentil, um toque atento, uma escuta verdadeira. Esses são os tijolos da intimidade. E onde há intimidade, há vida.

As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.

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