x
CINEMA MUNDIAL

Oscar 2025: Uso de IA em filmes gera polêmica e provoca mudanças

Disputa pelo prêmio neste ano pode ser afetada pelo uso de inteligência artificial em indicados como "O brutalista" e "Emilia Pérez". Regras devem mudar em 2026

Publicidade
Carregando...

O Oscar de 2025 ainda nem aconteceu, mas já estão previstas mudanças para a edição do ano que vem. Depois das polêmicas em relação ao uso de inteligência artificial em alguns concorrentes desta edição, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas está cogitando lançar em abril, quando saem as regras para a premiação de 2026, quesito que torne obrigatório a divulgação do uso de IA.


Atualmente existe apenas um formulário opcional referente ao uso de ferramentas. A questão se tornou premente diante da polêmica acerca de alguns dos principais concorrentes do prêmio no próximo domingo (2/3).

Com 10 indicações, o épico “O brutalista” fez uso do Respeecher, uma tecnologia de geração de voz por IA, para aperfeiçoar os diálogos em húngaro falados pelo personagem Laszlo Toth (o ator americano Adrien Brody) e sua mulher, Erzsebet (Felicity Jones, britânica).


Defesa

O anúncio foi feito há meses, antes mesmo das nomeações ao Oscar, por David Jancso, editor do filme dirigido por Brady Corbet. “Sou falante nativo de húngaro e sei que é um dos idiomas mais difíceis de aprender a pronunciar”, disse, explicando que ele e os atores inseriram suas vozes na tecnologia, que usou a pronúncia gravada para corrigir certos sons de letras e vogais.


“As atuações de Adrien e Felicity são totalmente deles mesmos”, disse Corbet. “Eles trabalharam durante meses com a treinadora de dialeto Tanera Marshall para aperfeiçoar seu sotaque. O objetivo era preservar a autenticidade das atuações de Adrien e Felicity em outro idioma, não as substituir ou alterar, e isso foi feito com o máximo respeito pelo ofício.”


Ainda que “O brutalista” tenha sido o principal alvo das polêmicas em torno do uso da IA, outros concorrentes que fizeram uso são “Emilia Pérez” (13 indicações), “Um completo desconhecido” (8) e “Duna: Parte 2” (5).


A ferramenta Respeecher também foi utilizada em “Emilia Pérez”, para ampliar o alcance vocal de Karla Sofía Gascón, indicada a Melhor Atriz. De acordo com Cyril Holtz, que trabalhou na mixagem de som do filme, a IA foi utilizada para misturar o canto de Karla Sofía com o de Camille, cantora e coautora das canções do filme (duas delas, “El mal” e “Mi camino”, estão indicadas a Melhor Canção).


No caso de “Um completo desconhecido”, sobre o início da carreira de Bob Dylan, a IA foi utilizada em três tomadas curtas em uma motocicleta, informou um porta-voz da Searchlight Pictures, distribuidora do longa. “Essa tecnologia é comum para fazer dublês se parecerem com seus atores em filmes... Esse tipo de tomada de substituição de rosto de dublê de efeitos visuais tem sido usada há décadas.”


Efeito greve

Em “Duna”, a IA foi utilizada para replicar o tom azul nos olhos dos atores que interpretavam os fremens, os nativos do planeta Arrakis. Chani, personagem de Zendaya, é uma fremen.


O uso da IA tornou-se um tema delicado em Hollywood desde a longa greve dos atores e roteiristas, em 2023. Uma das demandas dos sindicatos era proteger os profissionais contra o uso excessivo dessa tecnologia. Uma das conquistas da época foi a necessidade de um consentimento declarando que os herdeiros de atores falecidos devem concordar com o uso de sua imagem em novos trabalhos.

e sua conta

Se você já possui cadastro no Estado de Minas, informe e-mail/matrícula e senha. Se ainda não tem,

Informe seus dados para criar uma conta:

Digite seu e-mail da conta para enviarmos os os para a recuperação de senha:

Faça a sua

Estado de Minas

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Aproveite o melhor do Estado de Minas: conteúdos exclusivos, colunistas renomados e muitos benefícios para você

Assine agora
overflay