Ditaduras no Cone Sul são tema de exposição que será aberta hoje na UFMG
Mostra relembra tensão em Santiago durante golpe de Pinochet e destaca mortos pelo regime militar no Brasil. Abertura nesta segunda (5/5), às 17h, na reitoria
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Siga noA UFMG abre nesta segunda-feira (5/5) a exposição “Memórias encontradas: entre a solidariedade e a perseguição”, que resgata a história de homens e mulheres perseguidos pela ditadura chilena nos anos 1970.
Depois de ser apresentada no Chile, Argentina, Portugal e cinco cidades brasileiras, a mostra fica em cartaz até 4 de junho no mezanino da reitoria, na Pampulha.
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O acervo reúne fotografias de refugiados latino-americanos abrigados na Embaixada da Argentina em Santiago durante o golpe militar de 11 de setembro de 1973. A mostra itinerante vai ganhando contribuições a cada cidade por onde a.
Em São Paulo, foi incorporada a intervenção da artista Fulvia Molina, que criou painéis de acrílico transparentes com fotos de exilados e QR Codes que permitem conhecer a história de cerca de 400 cidadãos assassinados pela ditadura militar no Brasil.
Adriane Vidal Costa, pesquisadora do Centro de Estudos Latino-Americanos e professora de história da UFMG, explica que contribuições assim fazem com que a mostra dialogue diretamente com o atual momento político.
“É uma exposição muito importante do ponto de vista histórico, porque traz a ideia de não esquecermos o que aconteceu não só no Brasil, mas nos países do Cone Sul que vivenciaram períodos de ditadura militar. Tem a ver com a ideia de preservar o ado como forma de garantir o futuro”, afirma.
A abertura oficial está marcada para as 17h, com participação do Coletivo Pontos de Luta. Logo depois, às 19h, o Auditório Bicalho da Fafich recebe mesa-redonda com o cineasta mineiro Helvécio Ratton, que se exilou no Chile na época da ditadura militar, além de especialistas no tema.
A mostra se torna ainda mais relevante diante do cenário atual, afirma Adriane. “Quando a gente vê o que tem acontecido no mundo, não só na América Latina, percebe que a democracia está em constante risco. A exposição é importante para mostrar que não é mais possível que a democracia, conquistada a duras penas, recue. Ela precisa avançar sempre.”
As atividades seguem ao longo de maio, com debates, rodas de conversa e filmes. No dia 13, haverá mesa sobre o tema “Justiça de transição e democracia” na Faculdade de Direito da UFMG.
Para dia 19 de maio está programado o filme “Cartas de Linhares”, dirigido pelo jornalista Marcelo os. Participará da sessão o mineiro Marco Antonio Meyer, que se exilou no Chile e na Europa.
A programação se encerra em 2 de junho, na Fafich, com o lançamento do livro “1964: Imagens de um golpe de Estado”, de Heloísa Starling. Todas as atividades têm entrada franca e estão abertas ao público.
“MEMÓRIAS ENCONTRADAS: ENTRE A SOLIDARIEDADE E A PERSEGUIÇÃO”
Exposição será aberta nesta segunda-feira (5/5), às 17h, na Reitoria da UFMG (Avenida Antônio Carlos, 6.627, campus Pampulha). De segunda a sexta, das 8h às 18h. Entrada franca. Programação completa no perfil do Pontos de Luta no Instagram.