CINEMA

Festival de Cannes começa hoje com o Brasil na competição

"O agente secreto", de Kleber Mendonça Filho, disputa a Palma de Ouro no evento francês, que será aberto nesta terça (13/5). Brasil é destaque em outras seções 

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A hora é agora. O Brasil chega ao Festival de Cannes, cuja 78ª edição começa nesta terça-feira (13/5), com peso. Tanto o institucional, já que 2025 é o Ano Cultural Brasil-França, quanto o artístico. O país disputa novamente a Palma de Ouro, desta vez com o thriller “O agente secreto”, Kleber Mendonça Filho.

O cineasta pernambucano volta à Croisette depois de levar o Prêmio do Júri por “Bacurau” (2019) e participar da Seleção Oficial em 2023 com o documentário “Retratos fantasmas”.

“O agente secreto” tem Wagner Moura no papel principal. O roteiro foi escrito por Mendonça especialmente para o ator. No Recife de 1977, Marcelo (Wagner Moura), um especialista em tecnologia, retorna à cidade fugindo de um ado misterioso. Logo percebe que a capital pernambucana está longe de lhe proporcionar o alento que busca.

Rodado também em Brasília e São Paulo, “O agente secreto” conta com Gabriel Leone, Maria Fernanda Cândido, Udo Kier, Hermila Guedes, Thomás Aquino e Alice Carvalho no elenco. A première no Grand Théatre Lumière será no próximo domingo (18/5), às 15h.

O filme vai dividir os holofotes nesse dia com "O esquema fenício", de Wes Anderson. Um dos 21 concorrentes do brasileiro, a comédia de espionagem, como de costume nos filmes de Anderson, reúne um time de estrelas: Benicio Del Toro, Tom Hanks, Bill Murray e Scarlett Johansson.

Outras produções na disputa pela Palma de Ouro são “Nouvelle Vague”, de Richard Linklater, que trata das filmagens de “Acossado” (1960), de Jean-Luc Godard, com um elenco de jovens atores; “Jeunes mères”, dos irmãos Dardenne, que já venceram duas vezes o prêmio máximo de Cannes; e "Alpha", de Julia Ducournau (Palma de Ouro por “Titane”, em 2021), em filme sobre uma menina que enfrenta a epidemia da Aids nos anos 1980.

 


Mais Brasil

Outro filme brasileiro na disputa é “Samba infinito”, terceiro curta do carioca Leonardo Martinelli. Uma das 10 obras selecionadas (entre 2.340 inscritas) para a seção paralela Semana da Crítica, traz no elenco Gilberto Gil e Camila Pitanga. Martinelli venceu o Leopardo de Ouro no Festival de Locarno com o curta “Fantasma neon” (2021), sobre entregadores de aplicativo.

“Estrear um filme em Cannes sempre foi um sonho, pois é um festival muito difícil e exclusivo”, comenta o diretor, que exibe “Samba infinito” em 20 de maio. O curta inédito encerra uma trilogia sobre a cidade. Rodado em setembro de 2024 no Rio, o filme acompanha um gari (Alexandre Amador) que, em luto pela perda da irmã (Pitanga), trabalha em meio à folia. No caminho, se depara com uma criança (Miguel Leonardo) e decide ajudar o garoto.

Gil interpreta um bibliotecário, e não canta no filme, diga-se. “Foi uma honra gigantesca dirigir esse presença luminosa tanto musicalmente quanto pela visão de um Brasil que abraça as contradições, belezas e dores”, diz Martinelli.

Tanto “O agente secreto” quanto “Samba infinito” são coproduções Brasil e França. Outra coprodução, desta vez de Portugal com o Brasil, França e Romênia, também está no páreo. Segunda seleção mais importante de Cannes, a mostra Um Certo Olhar terá na disputa o longa “O riso e a faca”, do português Pedro Pinho, com première no dia 17.

A presença nacional é grande, pois três dezenas de profissionais brasileiros estão na equipe: o coprotagonista Jonathan Guilherme, a produtora Tatiana Leite e o diretor de fotografia Ivo Lopes Araújo entre eles.

Rodada na Guiné-Bissau e na Mauritânia, a história sobre um engenheiro ambiental que chega à África para atuar em um projeto rodoviário ainda carrega no título uma canção de Tom Zé. “O riso e a faca” está no álbum “Tom Zé – 1970”, o mesmo disco de “Jimmy renda-se”, música do baiano que entrou para a trilha de “Ainda estou aqui”.

Morto em 14 de fevereiro último, aos 84 anos, Cacá Diegues concorreu por três vezes à Palma de Ouro: com “Bye bye, Brasil” (1980), “Quilombo” (1984) e “Um trem para as estrelas” (1987). Seu último longa, “O grande circo místico” (2018), foi lançado no festival, dentro de uma homenagem que Cannes fez ao cineasta.

Diegues está no centro do documentário “Para Vigo me voy!”, de Lírio Ferreira e Karen Harley, que integra a seleção Cannes Classics. Com lançamento no dia 19, o filme concorre ao Olho de Ouro, que elege o Melhor Documentário. O longa mergulha na vida e na obra de Diegues, intercalando entrevistas e trechos de seus filmes.

Longas na disputa

Confira os concorrentes à Palma de Ouro

• "Sound of falling", da alemã Mascha Schilinski


• "Two prosecutors", do ucraniano Sergei Loznitsa


• "Dossier 137", do francês Dominik Moll


• "Sirat", do espanhol Oliver Laxe


• "La petite dernière", da sa Hafzia Herzi


• "Eddington", do americano Ari Aster

• "Renoir", da japonesa Chie Hayakawa


• "Nouvelle Vague", do americano Richard Linklater


• "Die, my love", da britânica Lynne Ramsay


• "O agente secreto", do brasileiro Kleber Mendonça Filho


• "O esquema fenício", do americano Wes Anderson


• "Les aigles de la république", do egípcio Tarik Saleh


• "Alpha", da sa Julia Ducournau


• "A simple accident", do iraniano Jafar Panahi


• "Fuori", do italiano Mario Martone


• "Romería", da espanhola Carla Simón


• "The history of sound", do sul-africano Oliver Hermanus


• "Sentimental value", do norueguês Joachim Trier


• "Woman and child", do iraniano Saeed Roustaee


• "Resurrection", do chinês Bi Gan


• "Jeunes mères", dos belgas Jean-Pierre e Luc Dardenne


• "The mastermind", da americana Kelly Reichardt

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